Critério dos jornais não é o da democracia eleitoral

Li ontem um artigo de José Freire no Público, sobre a cobertura mediática das campanhas eleitorais, que gostaria de subscrever inteiramente.

O critério dos meios de comunicação, como se tem visto, e como se pode estudar em qualquer escola de jornalismo, não coincide com os preceitos das democracias eleitorais. Por isso a Lei põe certas condições, a começar  logo pela Constituição, para garantir uma maior igualdade de acesso ao eleitorado por parte de novas propostas (pensemos, por exemplo, no caso de Espanha, no PODEMOS e no CIUDADANOS, um de esquerda e outro de direita).

Bem sei que é maçador ter de aturar em todas as eleições velhos propagandistas, sempre com as suas velhas ideias rejeitadas, a aproveitarem o espaço legal que lhes é aberto nestas alturas. Quem sabe se isso será o preço a pagar por uma situação mais genericamente justa – como tantos preços a democracia paga para sobreviver.

De uma coisa tenho a certeza: a Lei tem de partir dos poderes políticos menos viciados, sem querer deliberadamente castigar os jornalistas, ou fazer-lhes todas as vontades, ou pior, defender apenas os partidos já instalados, à laia de cartéis.