Deficientes concentrados no Parlamento contra cortes

Vários cidadãos portadores de deficiência estão concentrados desde as 18:00 de hoje, em frente ao Parlamento, para protestar contra os cortes nos apoios e contra a exclusão social de que dizem ser alvo.

a vigília de protesto, que decorre junto da escadaria da assembleia da república, em lisboa, foi convocada pelo movimento (d)eficientes indignados e reuniu mais de meia centena de pessoas, entre as quais muitos cidadãos portadores de deficiência, familiares e outros apoiantes da causa.

o grupo homens da luta, que representou portugal no festival da eurovisão em 2011, aderiu à iniciativa, e fez um concerto em frente ao parlamento, que dedicou aos membros do governo.

o objectivo da iniciativa, explicou à agência lusa jorge falcato simões, é denunciar os vários cortes em apoios de que têm sido alvo estes cidadãos, e que dificultam o dia-a-dia de milhares de portugueses com deficiência.

o responsável do movimento considerou «insuficiente» o reforço de um milhão de euros do financiamento aos produtos de apoio a cidadãos com deficiência, anunciado na segunda-feira pelo governo.

várias pessoas em cadeiras de rodas, e uma que se desloca numa cama, estão concentradas junto às grades que a polícia colocou ao fundo das escadarias de acesso ao parlamento.

manuela ralho, 45 anos, deslocando-se em cadeira de rodas, explicou à lusa que aderiu ao protesto pela falta de verbas no financiamento dos produtos de apoio, mas também por várias outras razões.

«isto não tem só a ver com as ajudas técnicas ou [cortes nos] benefícios fiscais. venho aqui porque existe imensa gente escondida que não tem voz, e é por eles que nós estamos cá hoje», afirmou.

lusa/sol

a mulher justificou a sua presença também com o facto de haver “imensas barreiras” que impossibilitam a mobilidade, a continuação dos cortes no ensino especial e a exclusão dos deficientes por parte dos empregadores.

vários manifestantes, entre os quais eduardo jorge, que está acamado e tem uma dependência de 90 por cento, prometeram não sair do local até serem recebidos pelo governo.