Desmentido ao Governo e prova do irrealismo do Orçamento, afirma BE

O BE defendeu hoje que as previsões da OCDE desmentem o Governo e demonstram que o Orçamento do Estado é ‘irrealista’, falhanços do executivo que atribuem a uma “tentativa deliberada” de “esconder” os efeitos da austeridade.

“a realidade tem sistematicamente desmentido o governo e dado razão à ocde nas suas previsões. estes dados vêm confirmar aquele que aprece ser o empenho da ministra das finanças, maria luís albuquerque, seguindo a tradição de vítor gaspar, de falhar todas as previsões macroeconómicas e todas as metas do défice”, afirmou a deputada do be mariana mortágua.

a deputada bloquista reagia, no parlamento, às previsões da organização para a cooperação e desenvolvimento económico (ocde), segundo as quais portugal não vai cumprir as metas acordadas com a ‘troika’, permanecendo com um défice acima de 3% em 2015.

a organização prevê igualmente que a economia portuguesa recue 1,7% este ano e que volte ao crescimento em 2014, mas apontando para um crescimento de apenas 0,4%, metade do previsto pelo governo e pela ‘troika’.

“este é o terceiro orçamento do estado apresentado por este governo e esta é a terceira vez que a ocde vem a público contrariar o ministério das finanças, fazendo previsões mais pessimistas quer para o défice, quer para o crescimento económico”, frisou mariana mortágua.

“achamos, no entanto, que a ministra das finanças não o faz por pura incompetência, mas sim, como uma tentativa deliberada e também desesperada de esconder os efeitos das suas próprias políticas de austeridade, que são devastadoras para o crescimento económico e, por isso, também devastadoras para as contas públicas”, defendeu.

a deputada sublinhou que as previsões da ocde demonstram que, “antes do orçamento do estado ser aprovado, as suas previsões já não são realistas”.

confrontada com a relação entre a saída da recessão técnica e estas previsões, mariana mortágua respondeu que “a saída da recessão técnica é sol de pouca dura” porque todas as medidas orçamentais do governo “contrariam essa própria intenção de melhoria económica”.

“não existe possibilidade de melhoria económica quando se continua a atacar o poder de compra dos reformados e dos trabalhadores portugueses”, declarou.

lusa/sol