‘Desorientação da opinião pública’ ‘ameaça’ segurança nacional

O presidente do Governo Regional da Madeira, Alberto João Jardim, disse hoje que a «desorientação da opinião pública» face às medidas de austeridade em Portugal constitui «uma ameaça» à segurança e defesa nacional.

alberto joão jardim falava na sessão de abertura do ii curso intensivo de segurança e defesa, promovido pelo instituto de defesa nacional.

«nós temos, neste momento, alguns calcanhares de aquiles na nossa segurança nacional», disse, apontando que «o primeiro é a desorientação da opinião pública face ao agravar da crise, face às injustiças sociais crescentes e face à falta de informação que seja séria, perceptível e credível», afirmou.

para o governante madeirense, «esta desorientação da opinião pública pode ser um factor muito grave para um piorar da situação de segurança interna».

«o segundo calcanhar de aquiles – continuou – é político, é o situacionismo ante o sistema político de todos os partidos e, curiosamente, num momento em que todos os partidos políticos, inclusive o meu, estão desacreditados perante a opinião pública».

joão jardim lembrou que a constituição portuguesa «evoluiu para uma partidocracia, o poder está nos partidos políticos, os partidos estão desacreditados, mas os partidos têm o poder de não deixar mexer em nada, de não deixar que as coisas se processarem».

«o terceiro calcanhar de aquiles, e peço desculpa aos senhores generais se não gostarem de ouvir, mas, a meu ver, existe, neste momento, uma certa passividade surpreendente das três grandes instituições que fizeram portugal – a igreja, as forças armadas e as universidades».

na sua opinião, «há uma passividade porque dá a impressão que qualquer uma destas três instituições, até pelas consequências que lhes estão a cair em cima, estão estarrecidas perante aquilo que está a suceder, mas também caíram no tal impasse, ainda não sabem, neste momento, o que é que devem fazer, o que é que podem fazer para sair disto».

para alberto joão jardim há que fazer alguma coisa «e, isto, é o mesmo que dizer fazer algo face à presente situação em portugal para podermos acautelar a segurança e a defesa nacional».

jardim concluiu ser necessário acautelar o estado social, pôr em ordem o sistema financeiro e dinamizar a economia e o emprego, mas, para isso, defendeu uma revisão constitucional.

lusa/sol