Diminuição da criminalidade reflecte ‘papel importante’ da PSP, diz ASPP

O presidente da Associação Sindical dos Profissionais de Polícia (ASPP/PSP) considerou hoje que os dados do Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) reflectem que a PSP tem tido um “papel importante” no combate à criminalidade em Portugal.

Em declarações à Agência Lusa, Paulo Rodrigues admitiu que os dados do RASI “não demonstram exactamente a realidade”, até porque as cifras negras (crimes não participados) aumentam de ano para ano, mas observou que, de qualquer forma, reflectem o “papel importante” que a PSP tem tido na prevenção e no combate à criminalidade.

Segundo os dados divulgados na sexta-feira, a criminalidade violenta e grave desceu 9,5 por cento, em 2013, com as forças e serviços de segurança a registarem menos 2.123 casos.

Quanto à criminalidade geral, o relatório revela que desceu 6,9 por cento, tendo a PSP, GNR e Polícia Judiciária recebido menos 27.375 participações no ano passado do que em relação a 2012.

Paulo Rodrigues salientou que os polícias continuam com o sentido de dever e de serviço público em “alta”, apesar das “grandes dificuldades que atravessam” e de o Governo “não dar as condições necessárias”, factores que ameaçam e degradam o sentido de missão da PSP.

O presidente da ASPP realçou ainda que “grande parte da criminalidade” ocorre nas grandes cidades, onde é fundamental a actuação e o policiamento da PSP e onde a especialização é cada vez mais um desafio para o trabalho desta polícia.

Paulo Rodrigues notou que apesar de o crime de violência doméstica ter aumentado, a PSP tem “feito um trabalho extremamente importante”, sobretudo nas grandes cidades, alertando que a mesma atenção a este tipo de crime deve ser dada nas cidades do interior.

Apesar dos dados do RASI evidenciarem o contributo da acção da PSP na prevenção e combate aos diversos tipos de criminalidade, o presidente da ASPP entende que o trabalho desta polícia é “cada vez mais difícil” e podia “ir muito além” se o Governo tivesse “outra atitude para com as forças policiais”, nomeadamente com a PSP.

Na apresentação dos principais resultados do RASI, cujo relatório que vai ser entregue na segunda-feira, na Assembleia da República, o secretário-geral do Sistema de Segurança Interna, Antero Luís, afirmou que os “dados são francamente bons”, tendo-se obtido, em 2013, “os melhores resultados dos últimos 11 anos”.

Segundo os dados apresentados, o crime que mais subiu, no ano passado, foi a violência doméstica (mais 3,1 por cento) e “furto de oportunidade de objectos não guardados” (mais 19,8 por cento).

No que toca a criminalidade violenta e grave, Antero Luís afirmou que os crimes que mais subiram foram os assaltos a postos de combustíveis, estações dos correios, transportes públicos e farmácias, assim como situações de rapto e sequestro.

Segundo Antero Luís, as medidas desenvolvidas no ano passado ajudaram na descida de alguma criminalidade que estava em grande subida, como o furto de metais não preciosos e ouro.

O mesmo responsável sublinhou que o aumento da população reclusa, que subiu de 9.000 para 14.000 entre 2009 e 2013, tem contribuído para a descida da criminalidade.

Lusa/SOL