Dinheiro!

Há quem viva em função dele, quem o ponha no topo das suas prioridades e faça tudo para o ter; há os que não têm jeito nenhum para o ganhar e os que se queixam da falta de sorte; os que só lá vão roubando; os que têm o dom de o multiplicar e aqueles…

independentemente de razões, motivos ou sensibilidades, a verdade é que a frase ‘o dinheiro não é tudo’ é uma treta normalmente saída da boca de quem nunca precisou ou de quem nunca lhe sentiu a falta.

é incrível que, após a era das trocas, chegámos a um ponto em que as nossas vidas circulam em função de papel e daquilo que fisicamente não existe: o domínio do virtual.

quem tem é reconhecido, quem não tem é esquecido, quem já teve faz tudo para não demonstrar que já não tem, quem tem há pouco tempo mostra muito e quem tem há muito demonstra pouco. quem ajuda raramente é quem tem mais e quem é ‘ajudado’ poucas vezes é quem tem menos.

injusta é, para mim, sobretudo a forma como se catalogam pessoas, como se os princípios e as educações, ou mesmo o bom gosto, se ganhassem com mais uns trocos no bolso.

a noite funciona da mesma forma. normalmente sobressaem aqueles que ‘rebentam’ mais garrafas nos privados, aqueles que oferecem as senhas das bebidas, os que ostentam sem pudor aquilo que, muitas vezes, nem têm. sempre foi assim e sempre há-de ser.

este natal gostava de receber uma máquina de fazer dinheiro, mas daquelas que não permitem que o dinheiro se cole às mãos. às vezes penso que mal faria à economia mundial se, nesta altura do ano, cada sem abrigo, cada mãe sem dinheiro para alimentar o filho e cada pobre sem família recebesse uma nota de 50 ou de 20 euros até. fosse para que fosse, mas que servisse para dar um momento de conforto e alegria a quem menos tem.

a vida é feita de momentos e, de facto, o dinheiro não é tudo… mas ajudava, e muito, quem não o tem!

sugestões :

set it off (original mix) – juliet sikora, tube & berger

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