A cimeira de Vilnius, que era uma das grandes prioridades da presidência semestral lituana da União, e na qual era suposto ser celebrado um acordo de associação entre o bloco europeu e a Ucrânia, fica assim na “sombra” da polémica que envolve o triângulo UE-Ucrânia-Rússia face às alegadas pressões russas sobre os ucranianos para não se “aproximarem” do bloco europeu, destacando-se a ausência de vários líderes europeus cuja presença havia sido antes confirmada, entre os quais o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho.
Na terça-feira, o chefe de Governo português cancelou a participação na cimeira da “Parceria Oriental” — não tendo sido adiantada qualquer justificação — e Portugal estará representado pelo secretário de Estado dos Assuntos Europeus, Bruno Maçães.
Na semana passada, o Governo da Ucrânia decidiu inesperadamente renunciar à assinatura de um acordo de associação e de comércio livre com os seus parceiros europeus, tendo a oposição acusado o executivo de ter cedido à pressão de Moscovo, que tinha claramente advertido Kiev das consequências comerciais de um acordo com a UE.
O recuo de Kiev suscitou diversos protestos internos – incluindo uma greve de fome da ex-primeira-ministra ucraniana Iulia Timochenko — e troca de acusações entre várias capitais europeias e Moscovo, tendo também a actuação da Rússia sido condenada pelos presidentes da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, e do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, que representarão a União na cimeira de Vilnius.
Lusa/SOL