Dívidas à Águas de Portugal aumentaram 66 milhões de euros no primeiro semestre

A dívida dos municípios à Aguas de Portugal aumentou 66 milhões de euros no primeiro semestre de 2012, uma subida de 16 por cento face a Dezembro e que fez a dívida disparar para quase 460 milhões de euros.

as contas semestrais da ‘holding’ estatal, hoje divulgadas, evidenciam um agravamento dos desvios tarifários e do peso da dívida das autarquias que penalizaram o aumento das receitas.

o presidente do grupo aguas de portugal (adp), afonso lobato de faria, reconhece no comunicado que aqueles problemas «condicionam e comprometem a sustentabilidade futura do sector», mas acrescenta que são questões para as quais «a reestruturação em curso apontará soluções».

a dívida total dos clientes municipais (que inclui cobranças ainda em curso) subiu dos 394,2 milhões de euros que atingia em dezembro de 2011 para 460,3 milhões de euros, enquanto a dívida vencida aumentou 84 milhões de euros, passando de 241,8 milhões no final do ano passado, para os actuais 325,8 milhões de euros.

no final do primeiro semestre, os desvios tarifários (diferença entre os proveitos e os encargos) dispararam 160 por cento, para os 71,1 milhões de euros, enquanto no período homólogo se situavam nos 27,3 milhões de euros.

o resultado líquido ficou-se pelos 46,6 milhões de euros, o que significa menos 1,4 milhões de euros face aos primeiros seis meses de 2011.

o ebitda (resultados antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) teve também uma evolução negativa passando de 159,5 para 154,6 milhões de euros (menos 3,2 por cento).

já o volume de negócios contribuiu positivamente para o desempenho económico do grupo, aumentando mais de 11 por cento para 415,7 milhões de euros (373,4 milhões de euros no período homólogo).

o resultado operacional apresentou também melhorias significativas, atingindo 140,2 milhões de euros no final dos primeiros seis meses de 2012, que compara com 101,2 milhões no semestre homólogo.

o grupo águas de portugal está a ser reestruturado pelo governo, que se comprometeu a separar a área dos resíduos e a privatizá-la até ao final do ano.

quanto às empresas de água e saneamento, está ainda por definir o futuro das concessionárias.

um auditoria do tribunal de contas divulgada em julho instava o governo a acelerar o processo e a concretizar a fusão e verticalização de sistema, mas a ministra da tutela, assunção cristas, ainda não esclareceu quando estará oficializado o novo modelo.

lusa/sol