Estilo

Quando Teresa Guilherme começou a preparar o seu regresso à televisão, fez questão de deixar bem claro aquilo que a diferenciava de Júlia Pinheiro, sua antecessora na apresentação de Casa dos Segredos.

desde logo, puxar dos galões em relação a um programa que parece ter como principal intuito demonstrar como a reserva pessoal está à venda por uns minutos de televisão e uns milhares de euros, não devia ser motivo de orgulho. mas, vamos ao que interessa, a diferença de vulto estaria na postura politicamente correcta de júlia pinheiro e na sua falta de arrojo para colocar as perguntas íntimas que seriam o verdadeiro motivo de interesse do programa.

e a diferença, passadas duas semanas, está à vista. a pouca dignidade que um concurso reality show como casa dos segredos tem a propor aos seus concorrentes mirrou ainda mais nesta segunda edição. é possível que seja este tom, de intriga e coscuvilhice, que sirva um formato destes, mas a verdade é que rapidamente se perde a paciência para o tipo de apresentação de guilherme, que adopta um papel de – chamemos-lhe assim – ‘apresentador participante’. ou seja, nas ‘galas’ de domingo aquilo que a apresentadora faz é tentar virar os concorrentes uns contra os outros, semear discórdia e intriga, manifestar claramente preferências e influenciar directamente as escolhas do público. foi assim com big brother, é assim com casa dos segredos.

ao invés de teresa guilherme, que chega e imprime o seu estilo, pedro granger foi uma bizarra opção para conduzir o elo mais fraco (que, curiosamente, teve também júlia pinheiro como primeira cara). o erro não poderia ter sido maior. granger é uma figura que cativa ou irrita pela bonomia excessiva, mas que não serve o ‘boneco’ de dureza exigido. claramente, neste caso, está logo encontrado o elo mais fraco.