Fardas da PSP produzidas no Paquistão chegam a Portugal com erros e atraso de meses

As fardas dos agentes são produzidas no Paquistão, na cidade de Sialkot. Quem as faz recebe um salário mensal de 30 euros.

Após o início de uma parceria entre a PSP e a empresa Latino Confeções, verificam-se problemas constantes com o vestuário dos cerca de 20 mil agentes que encomendam fardamento online.

Não é a primeira vez que as fardas dos agentes da PSP são alvo de controvérsia. Em janeiro, esteve em causa a colocação de câmaras de vídeo nas mesmas, pois Paulo Rodrigues, presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP), não se opôs a uma proposta do Ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita.

Em causa estava a incorporação de câmaras de vídeo nas fardas dos agentes. Em declarações à TSF, Paulo Rodrigues esclareceu que os membros da PSP "não têm nada a esconder”. Contudo, atualmente o problema é outro, segundo o Correio da Manhã, as fardas encomendadas pelos polícias têm chegado às suas mãos com meses de atraso e defeitos de fabrico.

Já o presidente do Sindicato Unificado de Polícia, Peixoto Rodrigues, defende que devem ser tomadas medidas. “É uma vergonha”, disse ao site Notícias ao Minuto, sublinhando que  "as fardas são feitas num país onde são violados os direitos humanos”.

De acordo com aquilo que o SOL apurou, a empresa responsável pelo fabrico e pela confeção do fardamento policial é a Latino Confeções, sediada em Braga. Como se pode ler no site oficial da PSP, “é o único operador económico oficialmente autorizado a comercializar e gerir relação business-to-customer dos artigos e peças de fardamento, distintivos e insígnias da Polícia de Segurança Pública, por plataforma eletrónica em ambiente web” desde 6 de julho de 2018.

Deste modo, verifica-se que para além dos erros nas entregas das encomendas, polos do mesmo tamanho mas com medidas díspares, atrasos nas entregas e problemas com a qualidade do material, a Latino Confeções não cumpre aquilo que promete: devia vestir os agentes integralmente entre 2018 e 2023, no entanto, está a utilizar mão-de-obra barata paquistanesa para cumprir o acordo estabelecido com a PSP.

Os polícias adquirem as fardas numa plataforma online e recebe um subsídio de 50 euros, mensalmente, para esse fim.