Fendi: um luxo intemporal

É uma marca italiana quase centenária mas que nunca saiu das mãos da família Fendi, tendo passado de geração em geração. A marca é conhecida pelas bolsas ousadas que são feitas com precisão impecável, mas o sucesso vai muito além disso. É impossível falar da marca sem associar Karl Lagerfeld que protagonizou um dos ‘casamentos’…

Falar da Fendi é falar de luxo. Um luxo que vem quase desde o início. A marca italiana é conhecida pelas suas bolsas ousadas que são feitas com precisão impecável. É, aliás, um das marcas mais antigas e passou por muitas mudanças para que o seu caminho tenha chegado ao que é hoje. Foi em 1925 que a marca foi lançada pelo casal Edoardo Fendi e Adele Casagrande, como uma loja de peles e couro na Via del Plebiscito, Roma.

Apesar de ser um negócio pequeno, rapidamente conquistou a alta burguesia italiana, o que levou à inauguração de uma nova filial também em Roma. 

A verdadeira história da marca só começou em 1925 mas os primeiros passos foram dados um pouco antes quando, em 1918, Adele Casagrande, cuja família era constituída por ricos produtores de couro em Florença, abriu uma loja que fabricava também bolsas de couro com refinamento de formas, texturas e minuciosos acabamentos com fechos e fivelas. Só quando se casou com Edoardo Fendi, em 1925, decidiram mudar o nome da loja para Fendi. 
O tempo foi o ideal. Estávamos no período pós-guerra e a classe média italiana tentava ‘reaver’ os seus hábitos consumistas. Foi o que bastou para a marca de tornar um sucesso. O negócio prosperou e, anos mais tarde, em 1932, foi inaugurada uma outra loja em Via Piave, uma zona rica e residencial. 

Já depois da Segunda Guerra Mundial, a marca sofreu algumas alterações na gestão sem nunca perder a sua essência. É em 1946 que as cinco filhas do casal – Paola, Anna, Franca, Carla e Alda – entram na empresa para ajudar os pais.

Com os genes talentosos da família, não foi difícil as cinco filhas do casal fundador ajudarem a empresa a evoluir e não demorou muito até que chegassem ao topo dos negócios de moda, principalmente no que à alta costura diz respeito.
Anos mais tarde, em 1954, Edoardo morre e a marca fica às mãos de seis mulheres. Adele só viria a falecer em 1978, aos 81 anos. Mas, até aos dias de hoje, é a família fundadora que continua à frente da Fendi. Atualmente, cada uma das mulheres Fendi tem a sua parte de controlo na marca. E a tradição passa de geração em geração. Silvia Venturini Fendi, neta de Adele e Edoardo, foi quem acabou por assumir a direção artística da linha de acessórios (que deu origem à Baguete) e da linha masculina. 
 

A introdução de Karl Lagerfeld
É verdade que a Fendi sempre teve sucesso mas também é verdade que, em 1965, surge a aliança que viria a mudar o rumo da empresa. E nasceu aqui uma das histórias mais longas do mundo da moda que durou 54 anos, até ao dia em que Lagerfeld morreu, em 2019. Foi pelas mãos do então diretor criativo da marca que nasceu o duplo F. Mas não só. Lagerfeld impulsionou a marca no mercado de peles, tornando a Fendi um dos ateliers mais procurados para artigos de peles. Em vez de manter a pele apenas para casacos de pele, Lagerfeld optou por usá-la também para acessórios, designs prontos para usar e qualquer outro lugar que pudesse pensar.

Lagerfeld sempre trabalhou diretamente com as filhas dos fundadores e também com as netas. Principalmente com Silvia Venturini Fendi que, em 1994, começou a trabalhar na direção artística da marca (especialmente acessórios), e foi a principal responsável pela criação em 1997 de um ícone da Fendi: a bolsa Baguette, que passou pelas mãos de muitos nomes conhecidos como Madona e Carrie Bradshaw, personagem do seriado Sex and the City, interpretada por Sarah Jessica Parker.

Apesar de desde 2001 a Fendi se ter tornado uma marca de moda de luxo multinacional e membro da LVMH grupo, que está por trás de marcas como Christian Dior, Louis Vuitton, Tiffany & Co, Kenzo e Givenchy, a Fendi nunca deixou as mãos da família original e continua a crescer.

Atualmente conta com o apoio do britânico Kim Jones – que também está à frente da Dior Homme – e que assumiu as rédeas do legado deixado por Lagerfeld. l