Festas…

Numa mesma noite fomos do oito ao 80. Começámos numa festa de ‘betinhos’ que se divertiam ao som dos hits comerciais, onde não faltavam mulheres bonitas e alguns miúdos que davam ares de estarem prontos a explodir, tal era a quantidade de álcool ingerida.

como, por norma, funcionam em matilha, as confusões aconteceram sem grandes estragos. bofetadas e empurrões para namoradas ou pretendentes assistirem.

o serviço impecável fez com que o tempo praticamente voasse. depois dos cumprimentos da praxe aos amigos, rumámos para outras paragens. estavam anunciados alguns dj da nossa preferência, mas à entrada uma escuridão só cortada pelas luzes intermitentes levava-nos para uma sala cheia de público – por momentos pensámos que tínhamos entrado nalgum filme de ficção científica.

um ar pesadíssimo e gente que parecia perdida de tudo e de todos. na casa de banho uma inundação apressou o passo seguinte… poucos minutos depois rumámos para outra capela. aí chegados, demos com um clima de festa onde pessoas bem aparentadas se divertiam socialmente. alguns faziam-no de uma forma mais enérgica, outros procuravam algo de novo.

tudo limpinho, embora o serviço fosse um autêntico quebra-cabeças para quem estava com sede. no primeiro piso só existia um bar, o que levava a longas esperas por uma tão desejada bebida. os copos de plástico também não ajudavam, já que ao primeiro encontrão – a sala estava cheia – perdia-se metade da cerveja.

mas o público que ali estava, percebia-se facilmente, pouco se importava com essas condicionantes, apesar de estar habituado a outro tratamento. digamos que estava ali a nata da nova sociedade, aquela que não aparece em revistas cor-de-rosa, mas que tem uma profissão altamente qualificada.

nesses ambientes há um à-vontade que não existe em mais lado nenhum. as pessoas estão abertas a novas experiências e as mulheres são mais ‘assertivas’. percebe-se que não têm vergonha e que gostam de estar em pé de igualdade, no que aos conhecimentos diz respeito, como é óbvio.

acabámos por desistir cedo, até porque o cansaço assim o determinou. mas foi uma noite em que vimos um pouco do que se vive na ‘pista’ nocturna.

que no próximo ano tenhamos noites escaldantes de divertimento puro.

vitor.rainho@sol.pt