Mas diverti-me há dias a ver uma filmagem na praia. O ambiente era o das marés vivas, com uns nadadores salvadores, masculinos e femininos, fisicamente jeitosos. O problema é que não foram educados para este tipo de mar, de ondas batidas e ásperas. Sorte que têm apanhado um ano de excepção, cheio de bandeiras verdes (lá está ela hoje) e amarelas – quando o uso é a encarnada.
Mas a verdade é que os nadadores-salvadores de ficção nem aprenderam que estas ondas têm de se furar. Então ficam à espera de levar com elas de chapa, e serem enrolados mesmo nas mais bonançosas.
Há dias, lá estava uma pessoa para ser ficcionadamente salva, numa zona sem o menor perigo. E lá vieram os salvadores a correr pela praia abaixo, ostentando o seu magnífico e oscilante corpo. O problema foi o mar, calmo mas ondelado. A figura a salvar nunca correu o menor perigo na vida real (só na ficção). Agora o salvador, que na ficção era o poder do mundo, na vida real foi enrolado por uma onda, e a sorte foi haver na praia nadadores salvadores sem serem de ficção.
Tirando o gosto desta experiência, tínhamos agradecido que as filmagens, sempre tão avessas à realidade, evitassem atravancar o Verão da Foz, que a autarquia, na sua imensa ignorância do que é promoção turística, já faz por complicar ao máximo.
Lusa/SOL
