Furtadas 90 peças de arte sacra nos primeiros seis meses do ano

A Polícia Judiciária (PJ) contabilizou 90 peças de arte sacra furtadas no primeiro semestre de 2013, tendo já realizado três detenções, o mesmo número de todo o ano anterior, disse hoje à Lusa fonte daquela força.

Dos três detidos nos primeiros seis meses deste ano por furto de peças de arte, um ficou em prisão preventiva. Em todo o ano de 2012 a força policial, responsável pelo combate à criminalidade dos bens culturais e obras de arte, tinha realizado outras três detenções, também de cidadãos nacionais, pelo mesmo tipo de crime.

No ano passado, a PJ contabilizou o furto de 133 peças, essencialmente de arte sacra, registo que só no primeiro semestre deste ano já atinge as 90.

“Estamos a falar de peças que se encontram normalmente em igrejas e noutros locais oficiais de culto, mas também em capelas e residências particulares”, explicou a mesma fonte.

Este ano, em furtos por todo o país, normalmente em acções que envolvem mais de uma peça, foram “levados” castiçais, custódias, crucifixos e relicários, entre outros artefactos.

A PJ confirmou igualmente ter sido contactada pela Polícia Nacional de Espanha para tentar identificar a proveniência de uma das 50 peças furtadas e recuperadas segunda-feira, em Sevilha, no sul daquele país.

Trata-se de uma peça reproduzindo um “Menino Jesus”, alegadamente furtada pela dupla suspeita, dois irmãos espanhóis de 39 e 44 anos, na zona do Algarve.

“Estamos a tentar localizar a proveniência desta peça”, disse a mesma fonte.

A Policia Nacional de Espanha anunciou no início da semana ter recuperado mais de 50 peças de arte sacra furtadas desde 2006 em templos daquela região espanhola, mas também em Portugal, descritas como de “valor incalculável”.

As peças recuperadas estavam “escondidas” na oficina de restauração de um dos detidos, em Sevilha.

Segundo a Polícia espanhola, estas peças foram furtadas em templos e centros religiosos da Andaluzia, no sul de Espanha, mas também em Portugal, mas sem adiantar mais pormenores.

A investigação permitiu concluir que o proprietário da oficina de restauração “aproveitava o seu trabalho e a relação de confiança” com os responsáveis eclesiásticos, “para ter acesso às obras de arte e subtraí-las sem levantar suspeitas”, afirmou a mesma fonte.

Lusa/SOL