Glamour de uma noite de inverno de Miguel Vieira fecha 34.º edição do Portugal Fashion

O glamour para a próxima estação pelo traço de Miguel Vieira, inspirado numa noite de inverno, encerrou a 34.ª edição do Portugal Fashion, no dia em que as sapatilhas foram a grande novidade do criador de calçado Luís Onofre.

As luzes da passerelle principal desta edição do Portugal Fashion apagaram-se definitivamente depois da apresentação de Miguel Vieira – que surpreendeu no desfile ao deixar os manequins alinhados e parados no final da caminhada em que mostram as propostas do criador -, tendo o estilista explicado à agência Lusa que teve como mote “uma noite de inverno”, imperando as “qualidade das matérias-primas”.

“Uma noite em que um grupo de amigos resolve ir jantar e no percurso tem que levar agasalhos muito quentes. Depois, quando chega ao momento de jantar, está tudo climatizado e por isso podem usar peças muito mais finas, muito mais frescas”, desenhou.

Não sendo propriamente o dia que mais gosta de encerrar, Miguel Vieira considera que este é “um grande privilégio” poder fechar a edição da semana de moda da cidade em que vive e que de que tanto fala em termos internacionais.

Já Luís Onofre – o único criador de calçado com honras de desfile próprio no Portugal Fashion – trouxe uma novidade para esta colecção: as sapatilhas.

“Uma das coisas que tentei fazer desta vez na colecção foi ir buscar vários temas dentro do mesmo tema, ou seja, com uma definição clara de modelos, mas versáteis no aspecto de construções”, disse.

Com uma forte aposta nas aplicações e nos detalhes, Onofre destacou a “sintonia” com as carteiras, que apresenta em vários tamanhos para a próxima estação, apostando na versatilidade deste tipo de acessórios.

Para o criador de calçado – que viu crescer as vendas no mercado nacional em 15% – abrir uma loja em nome próprio na Avenida da Liberdade, em Lisboa, não pode ser considerado uma loucura já que “tempos de crise são oportunidades que se podem tirar”, sendo este um projecto já pensado há muito tempo.

Neste último dia do evento de moda – cuja edição foi dedicada ao tema “Organic” – destaque ainda para o desfile de Meam by Ricardo Preto, que apresentou “Movimento”, onde o criador destaca a”silhueta discreta e esguia, apostando no preto, azul, verde e branco.

Outro dos desfiles esperados de sábado era o de Carlos Gil, que trouxe à Alfândega do Porto a “Valsa dos Pássaros”, onde “a rigidez da disciplina da dança torna-se frágil, contrapondo-se à leveza da sua silhueta”, com destaque tons metalizados e utilização de penas e peles.

Em jeito de balanço, João Rafael Koehler, presidente da Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE) – entidade responsável pelo Portugal Fashion – considera que o evento de moda é “um momento importante” para a associação, bastando “ver e verificar qual é o impacto de media que tem”, quer no país, quer no estrangeiro.

“O balanço é positivo. À semelhança dos últimos, mas este de uma forma muito demarcada, acentua esta vertente de globalização do nosso mundo, de globalização da moda e também do Portugal Fashion. Temos aqui mais de 60 jornalistas estrangeiros, temos centrais de compras que vieram de todo o mundo para fazer negócios com os nossos designers”, destacou.

Segundo João Rafael Koehler, a aposta nos criadores emergentes é para manter, assumindo o objectivo enquanto presidente que os jovens designers nascidos no Bloom possam ascender à primeira passerelle.

No último dia do Portugal Fashion foram ainda conhecidos os vencedores do concurso Bloom, tendo passado pela passerelle principal os desfiles colectivos da indústria e calçado, assim como Lion of Porches, Vicri e Dielmar.

Lusa/SOL