diversos ensaios clínicos de imunoterapia – um tratamento que água sobre o sistema imunitário, incluindo os linfócitos t, para que ataque os tumores – revelaram-se muito promissores, sobretudo contra os cancros agressivos, como o melanoma, segundo os responsáveis da última edição deste ano da revista, que sai hoje para as bancas.
um grande número dos avanços em imunoterapia do cancro remonta à descoberta, no final dos anos 80, por investigadores franceses, de um recetor nas células t, que as impede de atacar os tumores cancerígenos com toda a sua força.
experiências em ratinhos demonstraram que, ao neutralizarem o receptor, as células-chave do sistema imunitário reduziam consideravelmente os tumores cancerígenos nos roedores.
mais recentemente, em 2006, investigadores japoneses identificaram um novo receptor capaz de travar a acção anti-cancro das células imunitárias, tendo os primeiros ensaios clínicos em doentes sido promissores, lembra a science.
há dois anos, a modificação genética das células t, visando a sua reprogramação para destruir os tumores, suscitou, também, entusiasmo na comunidade médica e foi objecto de um grande número de ensaios clínicos, sobretudo em doentes com leucemia.
de acordo com a science, sinal da importância do potencial da imunoterapia é que vários laboratórios farmacêuticos estão a investir neste tratamento contra o cancro, depois de o terem ignorado durante anos.
no “ranking” da science das dez descobertas científicas mais importantes de 2013 figuram, ainda, a técnica de modificação de genes chamada crispr, usada para manipular os genes de plantas, animais e células humanas, bem como a biologia estrutural, utilizada pela primeira vez na produção de uma vacina.
a revista destaca, também, a técnica de imagem clarity, que torna os tecidos cerebrais transparentes e os neurónios visíveis, os modelos de órgãos humanos cultivados em laboratório, como rins e cérebros, a identificação da origem dos raios cósmicos nas estrelas que explodem (supernovas), a descoberta de que o sono é essencial para o cérebro se limpar, aumentando o espaço entre os neurónios, e os estudos sobre a importância das bactérias que habitam o corpo humano.
lusa/sol