Inspectora absolvida colocada no ‘arquivo’ da PJ

A inspectora Ana Saltão, absolvida em Coimbra da acusação de matar a avó do marido, foi hoje colocada na Secção de Informação de Investigação Criminal da PJ do Porto, uma espécie de ‘arquivo’ da Polícia Judiciária (PJ).

“A senhora inspectora Ana Saltão está desde hoje formalmente colocada e na Secção de Informação de Investigação Criminal (SIIC) da Directoria do Norte, no Porto”, revelou esta tarde ao SOL uma fonte oficial da Judiciária.

A Secção de Informação de Investigação Criminal, que corresponde ao antigo Arquivo Central de Registo de Informações (ACRI) da PJ, tem vários inspectores ao seu serviço, porque o seu trabalho, além de compilação de informações criminais e da interacção com todas as outras forças e serviços de segurança, inclui “diligências investigatórias”, segundo revelou a mesma fonte oficial.

Licenciada em Direito, Ana Saltão trabalhava, aquando da sua detenção, em 2012, na área de investigação do crime económico.

Absolvida por falta de provas

Esta segunda-feira, o Tribunal de Coimbra não considerou provado ter sido a inspectora a autora do homicídio de Filomena Gonçalves, em 21 de Novembro de 2012.

O Ministério Público tinha solicitado aos juízes e jurados a pena máxima – 25 anos de prisão – durante as alegações finais do julgamento, em Junho. Segundoanunciaram os juízes, a arguida beneficiou do princípio in dúbio pró reo.

Ana Saltão tinha sido detida pela PJ de Coimbra, em 24 de Novembro de 2012, ficando em prisão preventiva durante cerca de seis meses. Segundo as investigações da brigada de homicídios da PJ de Coimbra, Ana Saltão era suspeita de ter assassinado Filomena Gonçalves, de 80 anos, que foi atingida com 13 dos 14 disparos realizados dentro da casa da vítima, na Rua António José de Almeida, zona de Celas, em Coimbra.

A inspectora, de 37 anos, casada com outro inspector da PJ do Porto, recusou prestar declarações quando foi detida e durante o julgamento negou sempre a autoria do crime.

O Ministério Público e um filho da vítima anunciaram que vão recorrer para o Tribunal da Relação de Coimbra do acórdão absolutório. Até se esgotarem todas as hipóteses de recursos judiciais ou se entretanto os tribunais superiores confirmarem a decisão absolutória, Ana Saltão “não poderá nunca ser prejudicada e muito menos perseguida pela PJ” – explicou ao SOL fonte próxima da inspectora.