o vento soprava a mais de 130 km/h quando o furacão de categoria 1 passou perto do rio mississipi, no sudeste do louisiana, por volta das 18h45 locais (23h45 em portugal continental).
o rasto encharcou uma área pouco povoada que se estende até ao golfo do méxico, mas o pior estava para vir durante a madrugada, quando a lenta tempestade começava a dar sinais de deixar a costa e de se dirigir para norte, por um caminho que a levaria à cidade de nova orleães.
de acordo com informações divulgadas pelo centro nacional de furacões, a força do vento pode chegar até aos 160 km/h, podendo destruir edifícios mais altos da populosa nova orleães.
entre as ocorrências, o centro destaca uma forte tempestade que provocou cheias de mais de três metros em shell beach, louisiana, e uma onda de 2,1 metros que irrompeu em waveland, mississipi.
depois do katrina, isaac não assusta moradores
apesar de muitos moradores terem optado por ficar em casa, as autoridades recomendaram evacuações, sobretudo nas áreas mais baixas do louisiana e mississipi. isto porque uma das maiores preocupações é a de que os ventos fortes elevem o nível da água do mar, provocando inundações em terra.
mas à medida que o furacão se aproxima da cidade, parecem ser poucos os sinais de pânico ou medo nas ruas.
com o aeroporto fechado, os turistas refugiam-se nos seus hotéis. já os moradores, vacinados pela passagem do bem mais poderoso katrina (furacão de categoria 3), decidem enfrentar a tempestade.
diversas são as imagens que mostram moradores sentados em bancos de rua, aparentemente alheios ao vento, à chuva e à força do mar. muitos, fazem-no pela fé.
«isaac é filho de abraão», diz margaret thomas, que ficou presa em casa durante uma semana devido ao katrina, mas que desta vez confia no bom nome do furacão para sair à rua. «isaac é um nome especial. significa que deus nos vai proteger».
o certo é que, como disse ontem barack obama, «não é tempo de confiar na sorte»; o furacão «deve ser levado a sério» e todas as medidas de protecção devem ser accionadas.
ainda que não sejam esperados estragos semelhantes aos do katrina, também o presidente da câmara de nova orleães está mais cauteloso que alguns dos seus moradores e alerta que «um furacão de categoria 1 também pode tirar vidas».
ap/sol
