KPMG acusa Estradas de Portugal de utilização «abusiva» da sua imagem

A consultora KPMG acusou hoje a Estradas de Portugal (EP) de ter utilizado «abusivamente» a sua imagem na elaboração da capa de um estudo sobre a empresa.

«quanto à alteração da capa, em primeiro a ep utilizou abusivamente a imagem da kpmg, dando a entender que se trata de um estudo comparativo, que a kpmg não fez», afirmou o administrador da consultora paulo santos, que está a ser ouvido na comissão parlamentar de economia e obras públicas, no parlamento.

em causa está um documento apresentado pelo ex-secretário de estado das obras públicas e comunicações e actual deputado do ps paulo campos no parlamento, na semana passada.

na capa do documento surge o título «projecções dos fluxos financeiros líquidos das subconcessões rodoviárias 2011-2015», acompanhado da inscrição «2005 vs 2011», numa alusão à comparação entre as estimativas feitas antes e depois do novo modelo de gestão e financiamento da ep.

o actual deputado do ps paulo campos alega que o documento que apresentou no parlamento foi feito com base nos dados que constam de dois estudos: um da kmpg e outro da ep.

«este é um documento capeado com uma capa típica da kpmg, mas com uma inscrição [2005 vs 2011] que induz tratar-se de um estudo comparativo entre 2005 e 2011. este estudo não é da kpmg, que não analisou nem teve conhecimento de nenhum dos elementos incluídos neste trabalho», afirmou o administrador paulo santos, mostrando o documento apresentado por paulo campos.

fernando faria, autor do estudo da kpmg «projecções dos fluxos financeiros líquidos das subconcessões rodoviárias 2011-2015», disse que o documento apresentado pelo ex-secretário de estado «não contém dados ou gráficos» da consultora.

«nem do nosso relatório, nem dos nossos documentos de trabalho é possível chegar às conclusões que aqui estão», afirmou fernando faria, referindo-se ao documento apresentado por paulo campos.

na sequência destas declarações, o deputado socialista paulo campos pediu a palavra «em defesa da honra».

«os senhores da kpmg sabem que tudo o que eu referi foi enviado pela ep. não venham fazer este triste espectáculo e participar num combate político», argumentou.

na quarta-feira, três administradores da ep afirmaram na comissão parlamentar de economia e obras públicas que os dados usados por paulo campos constavam de um estudo da kpmg, especificando que os dados até 2010 eram da empresa pública e que o estudo da consultora fazia projecções para o período 2011 a 2050.

lusa/sol