Lina, a menina que foi mãe aos cinco anos | FOTOS

Está cientificamente comprovado que Lina é, até ao momento, a mãe mais jovem do mundo

Lina Medina tinha apenas cinco anos quando a sua barriga começou a crescer de uma forma anormal. Ninguém esperava que passados uns meses desse à luz uma criança e se tornasse a mãe mais jovem do mundo.

A menina peruana, nascida em 1933, começou a sofrer algumas transformações no seu corpo. O seu pai decidiu levá-la ao xamã local, que o aconselhou a ir a um hospital, já que o que ali via em nada estava relacionado com superstições. Os pais chegaram ao hospital de Pisco convencidos de que a menina tinha um tumor, mas a notícia que receberam deixou-os tão ou mais abalados: Lina estava grávida de sete meses.

A criança foi levada para a capital peruana, Lima, para que outros especialistas confirmassem o diagnóstico. Um mês e meio depois, foi submetida a uma cesariana. Assim, em 1939, Lina deu à luz um menino com 2,7 kg, a quem chamou Geraldo em homenagem ao médico que a acompanhou.

Mãe ou irmã?

Apesar de estar com o corpo mais desenvolvido do que o normal para a idade, Lina continuava a ser uma criança: após o nascimento do filho, preferia brincar com bonecas do que alimentá-lo, por exemplo.

Por isso, Geraldo começou por ser criado como sendo irmão de Lina. No entanto, quando tinha 10 anos, descobriu a verdade da pior maneira: os colegas da escola começaram a ridicularizá-lo, chamando a atenção para o facto de a sua mãe ser apenas cinco anos mais velha do que ele.

Geraldo morreu em 1979, aos 40 anos, com um problema na medúla óssea. Os médicos nunca chegaram a estabelecer uma relação entre o seu problema de saúde e a idade da progenitora.

Quem é o pai?

A história de Lina só por si já deu muito que falar: a comunidade científica defende que um desequilíbrio hormonal pode estar na origem desta gravidez precoce, mas muito elaboram histórias fantásticas por detrás deste acontecimento. No entanto, a própria Lina fomentou o mistério ao nunca revela a identidade do pai de Geraldo.

Ainda hoje, com 84 anos, recusa-se a falar sobre o assunto e já chegou a rejeitar dezenas de entrevistas por não querer abordar a questão da identidade do pai.

Na altura, surgiram suspeitas de que o pai de Geraldo poderia ser alguém bem próximo de Lina: o seu pai foi detido logo após o nascimento do bebé, por suspeita de incesto. Acabou por ser libertado alguns dias mais tarde, por falta de provas.

Mais tarde, a investigação virou-se para um irmão de Lina, que tinha uma deficiência mental, mas, tal como no primeiro caso, nunca foram encontradas provas suficientes para formular uma acusação.

Sem apoio

Logo após as notícias de Geraldo, várias pessoas quiseram ver as crianças e ajudá-las. Receberam propostas dos mais variados países, mas a única que ponderaram aceitar partiu de um empresário norte-americano, que os quis levar para os EUA para que fossem analisados pela comunidade científica, garantindo-lhe conforto financeiro.

O governo peruano chegou-se à frente e proibiu qualquer proposta, defendendo que os Medina estavam a ser explorados e tinhamd e ser protegidos dos interesses estrangeiros. Este apoio durou apenas seis meses – depois disso, a família de Lina foi deixada à sua sorte. Viveram na pobreza, o governo tirou-lhes a casa para construir uma estrada e até hoje não foi dado qualquer tipo de compensação.

Lina casou pela primeira vez em 1972 e teve o seu segundo filho aos 38 anos. Hoje vive num beco de um bairro de Lima conhecido pelo alto índice de criminalidade. Continua a não ter qualquer apoio do Estado.