«Já recebemos muitos currículos. Lamentavelmente não podemos dar continuidade a todos os candidatos, pois um grande número não possui os conhecimentos básicos da língua alemã», disse à agência Lusa Katharina Fortmann do Rego, responsável pelo recrutamento da empresa ‘Brandler & Rauschelbach’.
Neste momento, há «10 pessoas altamente qualificadas com diferentes níveis de conhecimento da língua alemã dispostas a avançar com o processo de recrutamento», disse.
A responsável informou que os candidatos às entrevistas, que irão decorrer no dia 21 de Julho na Câmara de Comércio e Indústria Luso-Alemã, em Lisboa, terão «obrigatoriamente» de enviar o currículo para kfrego@medic-job.com.
«Estamos optimistas em conseguir contratar o maior número possível de profissionais de saúde, após verificar que cumprem com os requisitos linguísticos», sublinhou.
Segundo a responsável, trata-se de mais de 5500 vagas para médicos em hospitais e mais 12000 para enfermeiros e auxiliares.
Sobre os requisitos necessários para trabalhar como médico ou enfermeiro na Alemanha, Katharina Fortmann explicou que o principal é saber alemão.
«Para começar o procedimento de recrutamento connosco, é necessário no mínimo um nível básico A1/A2. A partir deste nível oferecemos a possibilidade de fazer o curso intensivo no estado federado Thüringen, na Alemanha, e assim obter o nível requisitado – B2», explicou.
Os contratos são de tempo inteiro, mas também podem ser temporários, e os «benefícios e salários dependem da experiência do candidato».
Os salários brutos por ano nos hospitais variam entre 45 mil a 55 mil para os médicos assistentes, entre 50 mil a 73 mil para os especialistas e entre 68500 e 92000 para os chefes de serviço.
Já os salários brutos a anuais dos enfermeiros variam entre os 21.600 e os 26.400 euros.
Sobre as razões que levaram a recrutar estes profissionais em Portugal, a responsável adiantou que a empresa já trabalha nesta área há alguns anos e teve «bastante sucesso nos recrutamentos de médicos e enfermeiros para a Alemanha em países como Ucrânia e Hungria».
Katharina viveu os últimos quatro anos em Lisboa e acompanhou de perto o desenvolvimento da situação económica portuguesa.
«Com as recentes notícias de enfermeiros a trabalhar por 3,95 euros/hora, acredito que as duas partes, alemães e portugueses, podem tirar proveito deste recrutamento», frisou.
Outra empresa, s ‘YES4KNOWLEDGE’, que faz parte do grupo Saúde em Portugal, também está a recrutar, desde o início de Junho, enfermeiros portugueses para trabalhar na Alemanha.
Jorge Lança, responsável pelo recrutamento da empresa, disse à Lusa que estão à procura de profissionais para trabalhar em lares, hospitais e clínicas alemãs, tendo já recebido cerca de «50 candidaturas válidas».
Devido às dificuldades dos candidatos em falar alemão, a empresa vais disponibilizar um curso em Portugal para «aprender o básico» e na Alemanha continuará a formação até obter o nível B2, sem o qual o enfermeiro não pode solicitar a equivalência do curso.
As entrevistas irão decorrer entre 16 a 20 de Julho, em Lisboa e no Porto.
Lusa/SOL