Línguas e ensino profissional contra humanismo escolar

Fiquei feliz ao ouvir há dias um estudante que nunca está de acordo comigo, e é até mais apoiante (admito que crítico) deste Governo, por se afirmar de direita, indignar-se com a ideia tão de moda de tornar as Universidades profissionalizadas. Bons tempos em que o ensino profissionalizado e técnico tinha as suas próprias escolas…

Agora vejo que este Governo, mais uma vez tardio com o começo das aulas (dizem termos sido dos países mais atrasados da Europa a começá-las), quer impor o ensino de línguas, como o inglês, logo a partir do 3º Ano. E fica-me esta preocupação enorme: alguém se preocupará com o português, ou só eu? Porque, como dizia o Pessoa, o português é a minha pátria. Parece que já antes Walter Benjamim (aprendi isto a ler Rentes de Carvalho), quando ainda os Humanismos eram permitidos, dizia que a língua alemã era a sua pátria.