Ljubomir Stanisic acusado de pagar garrafas de vinho a agente da PSP para furar confinamento

O chef terá ainda pedido ao agente da PSP que ajudasse o músico The Legendary Tigerman a sair do concelho.

O chefe de cozinha Ljubomir Stanisic, foi acusado pelo Ministério Público (MP) de um crime de corrupção ativa e outro de desobediência. De acordo com o Jornal de Notícias, que teve acesso à acusação do MP,  uma das caras do movimento A Pão e Água é suspeito de ter oferecido garrafas de vinhos a um agente da PSP para poder furar o confinamento, na altura da Páscoa, para poder viajar para Grândola, de pedir para que fizessem o mesmo pelo seu amigo, o músico The Legendary Tigerman, e de tentar identificar vários titulares de números de telefone através da base de dados da PSP.

Segundo a mesma fonte, o chefe entrou em contacto com o irmão do agente Nuno Marino, no dia 2 de abril, a pedir ajuda para conseguir furar o confinamento e passar a semana com a mulher, os filhos, a irmã e a sogra, perto de Grândola. O agente da força de segurança, que também é arguido no processo, voluntariou-se então para acompanhar Ljubomir a passar a ponte 25 de abril, onde é comum haver fiscalizações. Em troca, o chefe terá combinado, através de uma chamada do WhatsApp, dar-lhe duas garrafas de vinho e uma de conhaque ou rum, segundo consta da acusação.

"Foi através desta aplicação de comunicações encriptada [cujo conteúdo não é decifrável] que o arguido Ljubomir veio a pedir ao arguido Nuno Marino que o ajudasse a passar a Ponte 25 de abril no dia seguinte sem ser fiscalizado pelos agentes da PSP que ali se encontrassem a controlar as saídas de Lisboa", acusa o Ministério Público,

No dia 3 de abril,  Nuno Marino usou o carro pessoal para permitir que Ljubomir e a família passassem a ponte apesar de na altura a Ponte 25 de abril não estar a ser alvo de fiscalização pelas autoridades. 

Além desta situação, o chefe terá pedido, mais tarde, ao agente da PSP que também ajudasse o seu amigo, o músico The Legendary Tigerman, a furar o confinamento e a sair do concelho. Nuno Mariano ajudou ainda Ljubomir a verificar a identidade de determinados titulares de números de telefone nas bases de dados da Polícia, cuja concretização não foi possível confirmar.

Já no dia 16 de abríl, o empresário entrou em contacto com o agente para o questionar sobre a qualidade do rum que lhe tinha oferecido. "O arguido Ljubomir disse que 'aquilo é, mano, é tão bom, não dá ressaca no dia seguinte', o que o arguido Nuno confirmou dizendo: 'nada, nada, espetacular, meu'", pode ler-se na acusação.

O MP teve acesso aos contactos telefónicos de Nuno Marino com Ljubomir devido a uma investigação com a qual o chefe não tem qualquer tipo de relação e na qual o agente da PSP é arguido.  Nuno Marino está a ser acusado de tráfico de droga numa rede desfeita pela Divisão de Investigação Criminal da PSP de Lisboa.