Lloyds aumenta fundo de compensações em quase 2,2 mil milhões de euros

O banco britânico Lloyds anunciou hoje o aumento do fundo de contingência criado para fazer face às compensações pela venda irregular de seguros de protecção por incumprimento de crédito (PPI, na sigla inglesa) em 2.192 milhões de euros.

Com este aumento, o fundo passa para 12 mil milhões de euros.

O Lloyds Banking Group adianta ainda que estima atingir em 2013 um “lucro subjacente” de cerca de 7.500 milhões de euros (mais do dobro de 2012) e anunciou que vai retomar o pagamento de dividendos aos seus accionistas no segundo semestre deste ano.

A última vez em que a instituição financeira distribuiu dividendos foi em 2008, antes de o Governo britânico se ver obrigado a resgatar o Lloyds, injectando 24 mil milhões de euros de dinheiro público para evitar o colapso do sistema financeiro nacional.

Depois de estabilizar as suas finanças, Londres começou, em Setembro, a desfazer-se dos 39% de acções que possuía no banco, vendendo 6% da sua participação.

O presidente executivo do Lloyds, António Horta-Osório, afirmou que espera voltar a distribuir dividendos nos últimos seis meses de 2014, pagamentos que poderão ser “progressivos e sustentáveis mais à frente”, considerando que se trata de um passo importante para restaurar “a confiança e segurança” do grupo.

O Lloyds Banking Group admite também fazer uma oferta pública de acções para que o banco volte a ser controlado pelo capital privado.

A autoridade britânica de serviços financeiros revelou, em 2012, que o Barclays, HSBC, Lloyds e Royal Bank of Scotland (RBS) venderam indevidamente seguros de protecção contra possíveis aumentos das taxas de juro a pequenos empresários que pediam crédito, sem os informar sobre os riscos e penalizações

O grupo anunciou na semana passada que vai eliminar 1.400 postos de trabalho nas divisões de risco, empresas, operações e consumo do banco.

Esta redução de efectivos faz parte do corte de 15 mil colaboradores que Horta Osório anunciou em 2011, que integra o plano do banqueiro português para reforçar o balanço do grupo financeiro britânico.

Lusa/SOL