Massamá: Aluno planeava matar pelo menos 60 pessoas

O aluno da escola de Massamá, em Sintra, que na segunda-feira esfaqueou três colegas e uma funcionária pretendia “imitar um massacre e matar, pelo menos, 60 pessoas”, segundo o plano delineado, a que a agência Lusa teve hoje acesso.

fonte policial ligada à investigação adiantou que, na folha a4 apreendida ao menor de 16 anos, este descreve “com bastante pormenor o plano de massacre”, nomeadamente “os materiais a usar, as aulas onde estariam mais alunos, o modo e a estratégia de actuação e os objectivos a atingir, sendo que queria matar, pelo menos, 60 pessoas para bater o recorde”.

o suspeito referiu às autoridades que pretendia “imitar um massacre”, dando como exemplo os casos do instituto de columbine e o da escola primária sandy hook (ambos nos estados unidos da américa), culminando o plano com a sua “fuga e suicídio”.

de acordo com a lista do material a usar pelo jovem, que se encontra a ser ouvido no tribunal de menores e família de sintra, constam “facas, fumos, bombas caseiras, gás pimenta, um bastão, gasolina, álcool, fósforos, isqueiro e uma espingarda”.

aquando da detenção, as autoridades apreenderam ao aluno uma mochila que continha “cinco [embalagens de] fumos de cor verde e amarela com base vermelha, uma [embalagem] de fumo de cor verde e amarela com base vermelha deflagrado, uma de gás pimenta, três frascos de álcool, uma caixa de fósforos e dois isqueiros”.

além disso, foi ainda apreendida a faca utilizada na agressão, quatro facas de vários tamanhos, um cachecol e um gorro, com os quais, disse, “pretendia causar mais medo e receio aos colegas de turma” da escola secundária stuart carvalhais, em massamá.

ainda de acordo com a investigação, “no ano transacto o agressor já tinha tentado atingir um professor com uma pedra que lançou para a sala de aulas, tendo apenas partido o vidro”. outro dos episódios apurados pela investigação é que o suspeito “incendiou um caixote do lixo numa zona de belas”, situações “não reportadas à psp”.

um colega do suspeito informou as autoridades de que o mesmo “queria adquirir uma arma de fogo, pelo que lhe propôs falsamente a venda de uma, tendo o suspeito oferecido 170 euros”. como não conseguiu arranjar o dinheiro, o suspeito “ofereceu uma playstation e cinco jogos ao colega, mas o negócio não se concretizou”.

o menor passou a noite nas instalações do comando metropolitano de lisboa, estando hoje a ser ouvido no tribunal de família e menores de sintra.

o incidente ocorreu cerca das 16:15 de segunda-feira, quando o jovem com duas facas de cozinha e um ‘spray’ de gás pimenta na mochila, segundo a psp, terá feito explodir um explosivo ‘very light’ num dos pavilhões da escola secundária stuart carvalhais, provocando a saída dos alunos das aulas e começando a esfaqueá-los.

a funcionária, de 40 anos, que sofreu um golpe no pescoço e foi levada para o hospital amadora-sintra, e um dos três alunos esfaqueados, de 16 anos, foram transportados para hospitais da grande lisboa, mas apresentam apenas ferimentos ligeiros.

o adolescente de 16 anos, encaminhado para o hospital de santa maria, em lisboa, “não corre risco” de vida, disse também à lusa fonte daquele estabelecimento.

os outros dois alunos não chegaram a receber tratamento hospitalar, tal como um quarto jovem que não foi esfaqueado, mas caiu de uma escada quando tentava apanhar o suspeito.

lusa/sol