Mayday Lisboa reivindica autoria de ‘mails’ falsos do Governo

A organização Mayday Lisboa reivindicou hoje a autoria dos correios electrónicos com notícias falsas emitidos na segunda-feira em nome do Governo.

“a organização do mayday lisboa 2013 divulgou ao longo do dia 01 de abril, dia das mentiras, falsas notícias sobre empresas e ministérios que teriam tomado medidas para reduzir a precariedade e reconhecer os devidos direitos aos/às trabalhadores/as”, refere um comunicado colocado na página da internet do movimento intitulado “mayday mentiu no 01 de abril. governo mente todo o ano”.

um endereço electrónico oficial do secretaria de estado da cultura foi usado na segunda-feira para distribuir um comunicado falso a dar conta da alocação de mais verbas para apoios às artes, e um endereço oficial da administração regional de saúde (ars) do norte foi utilizado para veicular um comunicado falso a dar conta da contratação de 600 enfermeiros.

contactada pela agência lusa, sara simões, da organização mayday, disse que foi uma acção pensada pelo grupo de lisboa para apresentar no dia das mentiras no sentido de confrontar o governo com “as mentiras que perpetua diariamente”, como o desemprego, metas do défice, cortes dos salários e subsídios.

“queríamos fazer uma brincadeira, mas em tom mais sério. nós temos preocupações sérias com o estado da economia e do país, nomeadamente ao nível da precariedade e do desemprego”, afirmou, adiantando que o objectivo era chamar a atenção e foi conseguido.

sara simões recusou tratar-se de um ataque informático e que não cometeram qualquer ilegalidade.

“hoje em dia, se procurar na internet consegue encontrar forma de fazer tudo sem ultrapassar uma linha que seja incontornável. o mayday não faz coisas ilegais, não é essa a nossa forma de estar”, adiantou.

na segunda-feira, o secretário de estado da presidência do conselho de ministros negou que o governo estivesse sob ataque informático, esclarecendo que os comunicados falsos enviados a partir de emails oficiais tiveram origem na apropriação indevida dos endereços electrónicos.

luís marques guedes esclareceu ainda que a situação teve origem no recurso a um ‘fake mail’, um email falso que permite enviar correios como se estes tivessem origem em endereços válidos.

a agência lusa tentou obter esclarecimentos junto da procuradoria-geral da república e da polícia judiciária, mas nenhuma destas entidades adiantou, até ao momento, quaisquer informações sobre uma eventual investigação relacionada com este caso.

lusa/sol