Roberto Knight Cavaleiro
No final de Janeiro foi publicado um intrigante relato de uma investigação feita pelo Centro de Combate ao Ódio Digital (CCDH) sobre a forma como newsletters e comentários são organizados pelo Substack e outras plataformas para divulgar informações falsas ou duvidosas – tanto online como em jornais impressos – sobre a eficácia de vacinas e outras intervenções médicas. O valor global anual desta atividade está estimado em 935 milhões de euros pagos pelos “gigantes das redes sociais” a cerca de dez mil ativistas que procuram desacreditar a Organização Mundial de Saúde e entidades nacionais credenciadas. Tais recompensas lucrativas são justificadas pela necessidade de liberdade de expressão que pode ser ténue, para dizer o mínimo, independentemente do efeito que tal malware possa contribuir para uma crise de segurança pública.
Um dos vários links para esta investigação levou-me ao site da Lions Den Communications, especializada na prestação de serviços de relações públicas para as indústrias farmacêutica e médica. Inclui na sua clientela nomes como Pfizer, Bayer, Johnson e Johnson e, claro, Facebook. Além de oferecer cursos “individuais” em apresentações de webcam para executivos, oferece cursos abrangentes de treino para a divulgação de propaganda nos média. O seu CEO, é formado na pesquisa em comunicação de massas numa Universidade Britânica e a sua experiência jornalística posterior de vinte anos com o Daily Mail e ITN permitiu-lhe escrever um livro revelador sobre a arte de ludibriar para promover as intenções das suas empresas clientes e do seu mundo de negócios implacável. Obviamente, tal arte é auxiliada pela capacidade de manipulação pela omissão ou redação das estatísticas oficiais da saúde .
O tratamento por vacinação ou medicamentos ingeridos para doenças continuará por muito tempo depois de a atual onda de vírus Omicron for dominada. Alterações no nosso meio ambiente e clima tornarão isso inevitável. Mas a disseminação de informações erradas sobre doenças não trará conforto nem bem-estar para milhões de famílias que sofrem perdas por morte ou por doenças de longo prazo. Equipas organizadas de prestidigitadores treinados, ricos e astutos devem ser dissuadidos por meios legais de comunicar informações que não sejam comprovadas e factuais sobre as nossas terríveis situações futuras.