Mexia: 60% dos resultados da EDP vêm de fora de Portugal

O presidente da EDP anunciou hoje, na apresentação de resultados, que 60 por cento dos resultados da empresa “são gerados fora de Portugal” e que para tal contribuiu o crescimento dos negócios das renováveis e do Brasil.

antónio mexia realçou que foi a “expansão fora de portugal que
suportou o crescimento do ebitda [resultados antes de juros, impostos,
provisões e amortizações] em 17 por cento desde o terceiro trimestre de
2008”, até porque em portugal a edp foi “afectada pela quebra do consumo
de energia distribuída em 1,9 por cento”.

para o presidente
executivo da edp, o facto de os 60 por cento dos resultados virem do
estrangeiro “tem a ver com o crescimento em novas geografias, mas também
com os novos investimentos em portugal apenas começarem a gerar
resultados no final deste ano”, como é o caso do reforço das barragens
de picote, previsto para novembro, e bemposta, a começar a funcionar em dezembro.

o administrador financeiro nuno lopes adiantou que a
dívida líquida da edp baixou 1,7 por cento do segundo trimestre para o
terceiro, situando-se agora nos 16,6 mil milhões de euros. os juros
financeiros líquidos, comparando os primeiros nove meses do ano de 2011
com 2010, aumentaram 21 por cento, passando dos 401 milhões de euros
para os 487 milhões.

nuno lopes disse que a dívida da empresa
“deverá ser similar ou inferior ao ano passado” quando fecharem as
contas de 2012 e admitiu uma subida do custo da dívida.

“é
natural que o custo da dívida suba”, porque a edp está “num ciclo de
subidas de taxas”, mas previu que isso “não vai afectar as contas de
exploração da companhia”.

antónio mexia frisou que, entre janeiro e setembro deste ano, “houve um aumento da eficiência e um controlo de
custos que torna a edp na empresa mais eficiente do sector na península
ibérica”, acrescentando que a empresa tem, actualmente, “elevada liquidez
disponível, cerca de quatro mil milhões de euros, o que assegura as
necessidades de financiamento até ao primeiro semestre de 2013”.

a
edp reduziu o investimento em 31 por cento, passando dos 1,95 mil
milhões nos primeiros nove meses de 2010 para 1,35 mil milhões em 2011,
muito por causa “do abrandamento da expansão nos estados unidos”.

questionado
se conseguiria chegar aos 2,2 mil milhões de euros de investimento,
como estava previsto no início do ano, antónio mexia disse “sim”, já que
“o investimento no quarto trimestre é muito maior”, acrescentando que a
edp continuará “o investimento nas hídricas e nos parques eólicos
principalmente no brasil”.

a edp apresentou hoje os resultados do
terceiro trimestre do ano, com o resultado líquido atribuível a accionistas a atingir os 824 milhões de euros nos primeiros nove meses do
ano, um aumento de seis por cento face a igual período de 2010.

lusa / sol