a revelação foi feita hoje à agência lusa por uma das dirigentes do colectivo, a realizadora raquel freire, durante uma acção em lisboa para assinalar o aniversário da manifestação que, há um ano, na capital, mobilizou mais de 300 mil pessoas.
«o activismo aprende-se», justificou a cineasta, explicando depois que a academia propõe-se «dar formação específica» a grupos populacionais tão distintos como crianças, mulheres ou trabalhadores precários.
pretende ainda produzir um manual para ensinar as pessoas a concorrerem às eleições autárquicas, através da criação de movimentos de cidadãos.
«temos que perder o medo e assumir a responsabilidade», acrescentou raquel freire.
a acção de hoje à tarde, junto à loja do cidadão, na praça dos restauradores, em lisboa, foi apenas convocada uma hora antes através da rede social facebook e resumiu-se a quatro activistas a distribuírem folhetos aos transeuntes.
«o objectivo é pôr as pessoas a falar. esse é o primeiro passo da resistência», resumiu alexandre sousa carvalho, um dos participantes e fundador do m12m.
raquel freire apresentaria outro mote, pouco depois: «uma acção política por dia, não sabe o bem que lhe fazia».
«estamos a apelar às pessoas para que façam elas mesmas», insistiu alexandre carvalho ao recordar que o manifesto recentemente apresentado pelo movimento propõe às pessoas a formação de listas para «assaltarem as autarquias» nas eleições locais do próximo ano.
questionada sobre o que retém nos contactos com as pessoas na rua, raquel freire responde quase automaticamente: «o medo. é a palavra que mais se ouve».
«as pessoas têm medo da miséria, de perder o emprego» e estão «desiludidas e enraivecidas», sintetiza.
lusa/sol