Mutualista. AG do Montepio foi suspensa e está remarcada para 26 de maio

Novo regulamento e contas de 2020 não chegaram a ser aprovadas.

A Assembleia-Geral da Associação Mutualista que, se realizou na segunda-feira à noite, foi suspensa, sem terem sido aprovados os os novos regulamentos eleitorais, nem as contas referentes a 2020, assim como o plano de ação e orçamento para este ano.

Recorde-se que a entidade liderada por Virgílio Lima apresentou  de 18 milhões de euros, no ano passado. Tal como o i já tinha avançado, os resultados mostraram ainda divergências com a auditora PwC. No documento a que o i teve acesso, o auditor volta a colocar reservas à capacidade de recuperação dos impostos diferidos registados no balanço, que passaram de 833 milhões para 868 milhões. O i sabe que sem os impostos diferidos, os capitais próprios seriam de 500 milhões negativos.

A agravar ainda mais esta situação está o facto de o banco Montepio ter passado de lucros a prejuízos de 15,9 milhões de euros nos três primeiros meses do ano e passou a operar abaixo do rácio de capital exigido pelo Banco de Portugal – desceu para 13,4%, ou seja, abaixo dos 13,938% exigidos pelo regulador, conforme requisitos mínimos prudenciais de fundos próprios da instituição financeira, publicados em 17 de março de 2020. 

O Banco Montepio passa a ser assim o único banco do sistema financeiro português a operar abaixo dos requisitos de capital regulamentares. Uma situação que obrigaria a Associação Mutualista a levar a cabo um aumento de capital se não fosse a pandemia, uma vez que houve uma suspensão temporária das de supervisão prudencial sobre os requisitos de capital. 

O i sabe que as candidaturas para as eleições para a liderança da Mutualista, em dezembro,  vão ganhando cada vez mais novos contornos.