Nacionalização do BPN foi ‘útil’ para transparência e investigação criminal

O ex-administrador do Banco Português de Negócios (BPN) Norberto Rosa defendeu hoje que a nacionalização do banco foi «útil» no sentido de se tornarem transparentes as imparidades e de dar mais informação às autoridades de investigação criminal.

norberto rosa falava na comissão parlamentar de inquérito sobre o bpn, depois de a deputada do ps ana catarina mendes o ter questionado se tinha viabilidade o plano de recuperação do banco apresentado em 2008 pela administração liderada e se a nacionalização constituiu ou não a melhor solução.

de acordo com o actual administrador da caixa geral de depósitos (cgd), «as contas do bpn estavam erradas», porque «já em 2006, dois anos antes da nacionalização, havia capitais próprios negativos de cerca de 1300 milhões de euros».

«grande parte destas insuficiências não ocorreu depois da nacionalização. julgo que a nacionalização foi útil no sentido de tornar mais transparente e de dar maior informação às autoridades para poderem investigar de forma mais aprofundada a situação do bpn», sustentou norberto rosa.

ainda questionado pela deputada socialista ana catarina mendes, norberto rosa considerou «absurda» a ideia de que os administradores da caixa no bpn tenham promovido a transferência de depósitos para o banco público.

segundo o actual administrador da cgd, nos anos após a nacionalização do bpn, verificou-se a saída de cerca de 3,3 mil milhões de euros deste banco, «mas por decisão exclusiva dos clientes».

«os montantes que saíram do bpn para a caixa não ultrapassaram os 15 por cento, aquém da nossa quota, que é de 30 por cento», sustentou, numa intervenção em que também advogou que uma solução que passasse pela integração do bpn na cgd seria «errada», sobretudo porque teria «consequências graves ao nível da reputação» do banco público.

lusa/sol