Opositora de Maduro impedida de concorrer às presidenciais

María Corina Machado acusa ‘Maduro e o seu sistema criminoso de escolheram o pior caminho: umas eleições fraudulentas’.

A principal opositora de Nicolás Maduro, María Corina Machado, foi proibida de concorrer às eleições presidenciais deste ano, após decisão do Supremo Tribunal da Venezuela. A candidata, uma ex-advogada que contava com o apoio dos Estados Unidos, tinha vencido as primárias presidenciais independentes da oposição com 90% dos votos. O motivo da proibição foi uma alegada ligação a «conspirações», a «(…) graves ameaças de setores da extrema-direita contra a paz da República» e também por não incluir o pagamento de subsídios de alimentação na sua declaração de bens. Um duro golpe para quem tinha esperança numa pequena brecha democrática no Governo autoritário do sucessor de Hugo Chávez. As relações EUA-Venezuela voltam a deteriorar-se após a decisão.

A rotura do acordo dos Barbados

O acordo dos Barbados foi celebrado entre os Estados Unidos e a Venezuela com base num compromisso: os americanos levantariam as sanções aos setores do petróleo e do gás venezuelanos, em troca da garantia de Caracas em manter um processo eleitoral democrático. A administração Biden cumpriu, procedendo ao alívio das sanções ainda em outubro de 2023, mas Maduro não esteve à altura do contrato, recorrendo à eliminação, por via da Justiça, da opositora que ameaçava seriamente a sua continuidade no poder.

Os Estados Unidos voltaram a implementar as sanções, ainda que sob ameaça venezuelana: «Se derem o passo em falso de intensificar a agressão económica contra a Venezuela, a pedido dos lacaios extremistas (…) qualquer mecanismo de cooperação existente será revisto como contramedida à tentativa deliberada de atacar a indústria petrolífera e de gás venezuelana», afirmou a vice-presidente da Venezuela, Delay Rodriguez. Já Matthew Miller, porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, garantiu que «(…) os Estados Unidos não renovarão a licença quando esta expirar a 18 de abril de 2024.».

O polvo ditatorial de Maduro

María Corina Machado, através da sua conta do X, mostrou a sua indignação face à decisão e dirigiu insultos ao Governo de Maduro: «O regime decidiu acabar com o acordo dos Barbados. (…) Maduro e o seu sistema criminoso escolheram o pior caminho: umas eleições fraudulentas».

A ditadura na Venezuela continua a não dar sinais de abertura, e segundo uma investigação apoiada pela ONU, «intensificou os esforços para limitar as liberdades democráticas antes das eleições de 2024», noticiou a Euronews.