apesar do paradeiro desconhecido, o líder das operações revolucionárias, o capitão amadou haya sanogo, declarou numa entrevista que o presidente se encontra «bem de saúde», mas recusou adiantar onde se encontra e se foi, sequer, capturado pelos golpistas.
o militar assegurou na mesma entrevista que o objectivo do golpe não era ferir o presidente ou quaisquer outros membros do governo, acrescentando que os ministros detidos pela junta militar também se encontram a salvo e «não serão feridos».
«eu asseguro que nenhum deles vai ser ferido, mas enquanto eu encabeçar este movimento, vão ter de responder perante um tribunal competente», declarou o capitão sanogo.
o golpe de estado começou ontem com um motim num acampamento militar nos arredores da capital, depois de os soldados se terem exaltado com um discurso do ministro da defesa, que se esquecera de mencionar a situação dos soldados mortos nos tumultos que estoiraram no país, em janeiro.
vários militares perderam a vida nesses confrontos e os seus familiares não foram indemnizados. em causa está a acusação de que o governo, em especial o presidente touré, terá enviado os seus militares para o campo de batalha sem equipamento apropriado e, inclusivamente, sem os mantimentos necessários à sua sobrevivência.
reivindicações que não quiseram esperar até abril para pôr fim ao governo em vigor no mali. para esse mês estavam agendadas eleições presidenciais, face ao fim do segundo mandato de touré.
ap/sol
