Paralisia nos EUA custou 120 mil empregos e vai afectar crescimento económico

A paralisia governamental que afectou os Estados Unidos deverá implicar um corte de 0,25% do crescimento estimado para o quarto trimestre, ao mesmo tempo que impediu a criação de 120 mil postos de trabalho em Outubro, segundo a Casa Branca.

na primeira análise oficial detalhada acerca da paralisia governamental (‘shutdown’) na maior economia do mundo, divulgada na terça-feira, jason furman, líder do comité de aconselhamento económico do presidente norte-americano, barack obama, considerou que este episódio “foi uma ferida económica auto induzida”.

o responsável revelou que o estudo, que cruzou múltiplos indicadores durante o drama político de 16 dias, aponta para uma redução de 0,25% da taxa de crescimento económico dos estados unidos (eua) no último trimestre do ano.

caso a paralisia não tivesse acontecido, a economia norte-americana teria criado mais 120 mil empregos durante o mês de outubros.

de acordo com furman, os impactos podem ser agravados, já que os cálculos foram feitos com base nos dados disponíveis até 12 de outubro, pelo que, com o avançar do mês, “os números podem mudar e podem, potencialmente, ser piores”.

e realçou: “tudo isto revela quão desnecessários e prejudiciais foram para a economia a paralisia e o risco político, e porque é importante que se evite repetir a situação”.

a casa branca lançou este relatório no mesmo dia em que o departamento do trabalho norte-americano avançou com os números relativos à criação de emprego nos eua em setembro, que ficou aquém das expectativas.

a divulgação destes dados foi atrasada precisamente devido à paralisia nos serviços federais norte-americanos durante a primeira quinzena do mês.

em setembro, a criação de emprego nos eua ficou aquém das expectativas em setembro, ainda que a taxa de desemprego tenha recuado para o nível mais baixo desde 2008.

no passado mês, foram criados 148 mil novos empregos, face aos 193 mil postos criados em agosto, uma evolução que ficou aquém do estimado pelos analistas consultados pela bloomberg, que projectavam a criação de 180 mil novos postos de trabalho em setembro.

já a taxa de desemprego caiu para 7,2% em setembro, o nível mais baixo desde novembro de 2008, depois de ter sido feita uma revisão em alta dos números relativos à criação de emprego em julho e agosto.

lusa/sol