Datada de 25 de Março, a portaria hoje publicada indicou a classificação do local como “monumento de interesse público, incluindo o seu património artístico integrado, na Avenida Guerra Junqueiro n.º 30-C, Lisboa, freguesia do Areeiro”.
Entre as razões da classificação estiveram o “génio do respectivo criador”, “valor estético, técnico e material intrínseco”, “concepção arquitectónica e urbanística”, “extensão” e o que reflecte do “ponto de vista da memória colectiva”.
O diploma recorda a história do local, ao relatar que a Mexicana foi integralmente remodelada entre 1961 e 1962, segundo projecto do arquitecto modernista Jorge Ribeiro Ferreira Chaves.
“Ocupando quatro pisos de um prédio dos anos 40, com o rés-do-chão e a primeira cave destinados ao serviço do público, o estabelecimento prolonga-se para a rua, em esplanada coberta por pala de betão com letreiro luminoso”, lê-se.
O texto nota a “continuidade formal entre fachada e interiores, estes caracterizados pela fluidez da modulação espacial e pela coerência estética que resultam do nivelamento dos pisos, do tratamento das paredes e tetos e da manutenção de algum mobiliário, dos elementos decorativos e do sistema de iluminação de origem”.
Entre o património integrado, a portaria destacou revestimentos cerâmicos, como o painel Sol Mexicano, de Querubim Lapa, a cabine telefónica interior e o “passarinhário”.
“No seu conjunto, a Pastelaria Mexicana constitui, tanto pela sua concepção espacial, como pelos elementos decorativos integrados, um notável testemunho das tendências expressionistas do movimento da Arquitectura Moderna em Portugal, traduzindo exemplarmente a adaptação das linguagens internacionais e do organismo típico da década de 1960 numa verdadeira ‘obra total’”, concluiu-se.
Lusa/SOL