Petrobras acredita em petróleo em Portugal

As áreas ao largo de Portugal onde a Petrobras pensa que pode haver petróleo e gás são grandes o suficiente para que a empresa classifique o projecto como sendo de «alto prémio»

«se essas formações efetivamente vierem a revelar-se reservatórios e se contiverem hidrocarbonetos então são grandes o suficiente para constituir um resultado que nós chamamos de ‘alto prémio’», disse à lusa o diretor geral da petrobras em portugal, josé freitas.

a empresa está a fazer avaliações em águas profundas em quatro blocos ao largo de peniche (juntamente com a galp e a partex) e em três blocos ao largo do alentejo (aqui só com a galp).

só as análises sísmicas em 2d e 3d (em duas em três dimensões) custam ao consórcio mais de 90 milhões de dólares (67 milhões de euros) e se as empresas avançarem para perfurar um poço exploratório a fatura sobe em mais 20 milhões de dólares (14,9 milhões de euros).

o custo da prospecção e a probabilidade de êxito, cerca de 15 por cento, fazem com que o projecto seja também designado de «alto risco».

«até ao final de 2012, início de 2013, para as duas bacias de peniche e alentejo vamos ter de tomar a decisão sobre se perfuramos ou não. se o fizermos é porque até àquele momento as avaliações económicas nos indicam que aquele prospecto tem uma possibilidade razoável de se transformar numa descoberta, senão devolvemos os blocos ao governo português e… má sorte, seguimos em busca de outra coisa», disse josé freitas.

a avaliação total dos custos de um projecto deste género inclui «os custos até à descoberta e posteriormente o custo de desenvolvimento dessa descoberta, ou seja colocá-la em produção – com plataformas, condutas – durante o prazo definido no contrato com as autoridades para o desenvolvimento, normalmente 20 anos».

o mesmo responsável explicou que, «com esse valor consegue estabelecer-se – com relação a determinada curva de preços de petróleo – se aquele investimento é adequado ou não», acrescentando que «sobre esse valor ainda tem de colocar o fator de risco, que no caso de portugal é de 85 por cento».

este ainda não é um número final, «porque vai sendo afinado à medida que se vai conhecendo melhor», mas «no final das contas isso dá-nos o vme (valor monetário esperado)», que se for positivo leva a empresa a dar «luz verde».

«na nossa avaliação [de portugal] esse valor foi positivo», disse josé freitas.

lusa / sol