Petzi ‘regressa’ a Portugal

A série de banda desenhada dinamarquesa Petzi, de Carla e Vilhelm Hansen, vai ser reeditada este mês em Portugal, assinalando a estreia de uma nova editora portuguesa independente, a Ponto de Fuga.

Vladimiro Nunes, editor e fundador da Ponto de Fuga, explicou à agência Lusa que a editora pretende ser generalista, mas os títulos que inaugurarão o catálogo serão os três primeiros volumes da série Petzi, com novas traduções por Susana Janic, a partir do original: "Petzi constrói um barco", "Petzi e a baleia" e "Petzi e a mãe peixe".

O lançamento oficial dos três primeiros volumes – de um total de 36, escritos e desenhados pelos casal Carla e Vilhelm Hansen – será a 17 de Novembro na inauguração da Ponto de Fuga, uma editora que será também uma loja em Lisboa.

A 17 de Novembro assinala-se ainda o 63.º aniversário da primeira publicação de Petzi, em 1951.

"Além da editora, vamos ter uma loja própria. Vamos vender os nossos livros e o de outros editores. Será uma espécie de mercearia cultural", explicou Vladimiro Nunes.

Ex-jornalista do semanário Sol, Vladimiro Nunes e a mulher, Fátima Fonseca, decidiram fundar a Ponto de Fuga por considerarem que existe espaço no mercado português, mesmo em tempos de crise.

"Acho que as grandes editoras andam distraídas e parece-nos que há boas coisas que ainda podem ser feitas e editadas", disse o editor, dando o exemplo de Petzi, que praticamente já não se encontra à venda nas livrarias.

A banda desenhada, protagonizada por um urso – Petzi – e pelos seus amigos (um pinguim, um pelicano, uma tartaruga e uma foca), é dirigida aos mais novos, mas Vladimiro Nunes acredita que haverá muitos adultos, que tenham entre 30 anos e 40 anos, que poderão interessar-se pela obra, por uma questão de nostalgia.

A colecção foi publicada pela Verbo, entre finais dos anos 1970 e início dos anos 1990, e teve vários tradutores. Os primeiros volumes, aliás, contaram com adaptação do escritor António Manuel Couto Viana.

Além da colecção Petzi, a Ponto de Fuga pretende publicar ficção e não ficção para adultos, mas só a partir  de 2015.

Em Janeiro, reeditarão "Não percas a Rosa", de Natália Correia, publicado inicialmente em 1978 e que reúne o diário da autora escrito entre Abril de 1974 e Dezembro de 1975.

Lusa/SOL