Pfizer admite que hackers tiveram acesso a documentação sobre a vacina

No início do mês, a Interpol lançou um alerta global aos seus 194 países membros, lista da qual faz parte Portugal, para os alertar para o facto de estarem a ser realizados vários ataques por parte de redes de crime organizado sobre as vacinas contra o novo coronavírus. 

Depois de a Agência Europeia do Medicamento (AEM)  ter anunciado que tinha sido alvo de um ciberataque, a Pfizer admitiu que os hackers tiveram acesso a documentação relacionada com a vacina contra o novo coronavírus da empresa norte-americana. "Hoje, fomos informados que a Agência foi sujeita a um ataque cibernético e que foram acedidos alguns documentos relacionados com o envio regular da vacina candidata contra o novo coronavírus da Pfizer e da BioNTech, BNT162b2", pode ler-se no documento da instituição, que garante que a AEM diz que o ataque informático não irá afetar a data prevista para aprovação da vacina contra a covid-19. 

"Estamos a aguardar mais informações sobre a investigação do AEM e iremos reagir da maneira apropriada, de acordo com a legislação europeia. Dadas as considerações críticas de saúde pública e a importância da transparência, continuamos a fornecer evidências claras sobre todos os aspetos do desenvolvimento de vacinas e do processo regulatório”, pode ler-se ainda. 

A AEM está a investigar o ataque informático juntamente com as autoridades. "A AEM foi objeto de um ciberataque. A agência abriu imediatamente um inquérito completo, em estreita colaboração com a polícia”, declarou num comunicado, sem adiantar quando é que o ataque aconteceu.

Recorde-se que a AEM está a avaliar a eficácia das vacinas da Pfizer, da Moderna e de outras empresas contra a covid-19.  

No início do mês, a Interpol lançou um alerta global aos seus 194 países membros, lista da qual faz parte Portugal, para os alertar para o facto de estarem a ser realizados vários ataques por parte de redes de crime organizado sobre as vacinas contra o novo coronavírus. "Enquanto os governos se preparam para lançar as vacinas, as organizações criminosas planeiam infiltrar-se ou interromper as cadeias de abastecimento", alertou o secretário-geral da Interpol, Jürgen Stock, citado pela imprensa internacional. 

No alerta, a Interpol refere possíveis atividades criminosas como falsificação, roubo e publicidade ilegal sobre as futuras vacinas contra a covid-19 e contra a gripe. Para reforçar a situação, a instituição apontou situações que já aconteceram previamente como o anúncio, venda e administração de vacinas falsas.