Pirotecnia deverá cair para metade este ano

A actividade de pirotecnia deverá cair para metade, em 2012, em função dos cortes nas encomendas de fogo-de-artifício por parte de autarquias e comissões de festas, representando menos 400 empregos, afirma a associação do sector.

em declarações à agência lusa, carlos macedo, presidente da associação portuguesa dos industriais de pirotecnia e explosivos (apipe), admitiu que já se regista uma «redução significativa do volume de negócios», sobretudo nos eventos organizados pelas autarquias, com as encomendas a caíram para metade.

no que toca ao fogo-de-artifício lançado nas festividades religiosas tradicionais, típicas de verão e que representam um peso de 40 por cento no total daquela actividade, a quebra face a 2011 «não deverá ultrapassar os 20 por cento».

«as comissões de festas contratam no essencial os mesmos serviços e por valores pouco abaixo dos do ano anterior», afirma ainda o responsável da apipe, que reúne 32 das 40 empresas com alvará de fabrico ou de armazenagem de pirotecnia.

um negócio que em portugal ronda uma facturação anual de 10 milhões de euros mas que deverá ficar reduzido a metade em 2012.

«prevê-se um ano com quebras acentuadas na laboração, diminuição de postos de trabalho efectivos e sobretudo diminuição dos [trabalhadores] eventuais na época de verão, natal e fim de ano. as quebras do volume de negócios [em todo ano] poderão atingir os 50 por cento, devido à maior relevância das autarquias nas festas de fim de ano», admite ainda carlos macedo.

em portugal, a produção de fogo-de-artifício emprega, habitualmente, no pico das festas de verão, cerca de 800 pessoas, mas essa contratação, segundo a apipe, caiu em 2012 para metade.

«já se nota a diminuição dos postos de trabalhos efectivos e a habitual contratação a prazo para a época de verão reduziu drasticamente. nesta época teremos no sector metade dos trabalhadores, ou seja menos 400 pessoas», acrescenta.

neste cenário, a apipe admite que o reforço das exportações, actualmente com um peso de 20 por cento na actividade total, sobretudo com destinos como europa, américa do norte e ásia, constitui a grande aposta.

«a pirotecnia portuguesa tem muito bom nome no estrangeiro e é reconhecida pela qualidade e diferenciação dos produtos e do design dos seus espectáculos, quando comparados com o ‘standard’ chinês, que representa cerca de 80 por cento do comércio mundial», sublinha o presidente da apipe.

esta «diferenciação positiva» das empresas portuguesas de pirotecnia, acrescenta, tem resultado em «distinções e medalhas de ouro» em «vários continentes» nos últimos anos.

«o mercado exterior é cada vez mais uma saída», remata.

lusa/sol