Poeira e saudades

Até porque se a poeira destes dias nos transportaria facilmente para o universo musical de Ivete Sangalo, por agora estamos pelas mais diversas e óbvias razões em sintonia com a vencedora do Festival da Canção, Maro. Saudade, Saudade. Certamente de um outro mundo.

Não te esqueças da máscara! – Por causa da covid? – Claro que não… Esta semana chegam a Portugal as poeiras do Saara! 

E, de repente, nos últimos dias, o equipamento de proteção individual voltou a estar em destaque, talvez pela primeira vez sem relação direta à pandemia. Obviamente que ainda há leis em vigor sobre a obrigatoriedade do uso da máscara em determinados locais, mas a verdade é que, até nalguns desses casos, mais rapidamente se aplica a regra do ‘quem está mal muda-se’ do que propriamente qualquer uma das outras.

Se algum dia se saberá com toda a certeza como afinal surgiu o bicho que nos inquietou durante os últimos dois anos não é certo; por outro lado não há dúvidas de que a loucura de um só homem atirou o problema para segundo (terceiro ou quarto) plano. 

Claro que estamos conscientes de que este vírus ainda não desapareceu, mas mesmo quando se ouve falar de uma eventual sexta vaga – possa esta ser mais ou menos expressiva – a sensação é parecida com aquela que se tem quando uma série lança a sexta temporada, mas todos adivinham o desfecho antes de ser conhecida a sua data de lançamento.

Diga-se também que a nível de imprevisibilidade, volte-faces e personagens novas, a covid é digna de um Óscar. De qualquer forma, o intuito de pegar na máscara pensando que o seu uso visa outra finalidade é talvez das sensações mais otimistas dos últimos tempos.

Até porque se a poeira destes dias nos transportaria facilmente para o universo musical de Ivete Sangalo, por agora estamos pelas mais diversas e óbvias razões em sintonia com a vencedora do Festival da Canção, Maro. Saudade, Saudade. Certamente de um outro mundo.

Em que hoje seria apenas o Dia do Pai. Com toda a irrelevância da data em si, mas com a importância que tinha, especialmente hoje, que todos pudessem celebrá-la sem as angústias e incertezas que continuam a deixar as poeiras da guerra.