Portagens à entrada de Lisboa dariam receita de 13 milhões

O vereador da Mobilidade da Câmara de Lisboa, Nunes da Silva, disse esta sexta-feira que introduzir a taxa máxima nas portagens de entrada na capital permitiria uma receita suplementar de quase 13 milhões de euros.

a imprensa noticiou no início desta semana que o vereador admitia a colocação de portagens no ic19 e no ic2 (que ligam, respectivamente, sintra e o carregado à capital), através de uma proposta que tinha como objectivo financiar os transportes colectivos, passando os automobilistas destas vias a pagar o mesmo que os utentes da ponte vasco da gama (2,40 euros).

nunes da silva disse hoje em comunicado que a criação de portagens no ic2 e no ic19 «é uma decisão que só compete ao governo», negando que tenha proposto esta introdução.

no entanto, o vereador criticou que o governo aumente para as taxas máximas o preço dos transportes públicos e de bens essenciais como a água, «sem compreender porque razão mantém [o governo] a taxa reduzida nas portagens de acesso a lisboa».

«a sua passagem para a taxa máxima permitiria uma receita suplementar de quase 13 milhões de euros. ora o aumento dos transportes só garantirá 11 milhões», salientou.

nunes da silva defendeu ainda que «nivelar as portagens existentes em todas as vias de acesso permitiria obter um importante acréscimo de receitas – além do que está contratualizado nos contratos de concessão – que alimentaria um fundo de apoio aos transportes colectivos, evitando a necessidade de subir as suas tarifas».

o também especialista em mobilidade considerou ainda que «faz pouco sentido que as portagens das vias que servem zonas onde reside a população de maior poder de compra de toda a área metropolitana de lisboa sejam substancialmente inferiores às das vias que servem a população da margem sul do tejo».

o vereador salientou também que «todos estes corredores de acesso a lisboa têm boas alternativas em transportes colectivos (comboio, metro ou barco), que ainda poderão ser melhorados com base nesse fundo, nomeadamente através da criação de parques de estacionamento junto às estações e de uma melhor complementaridade entre comboio e autocarros suburbanos».

os automobilistas que se desloquem de cascais e de oeiras pela a5 pagam respectivamente 1,25 euros e 0,30 euros, e do montijo 2,40 pela a12 (ponte vasco da gama) e de almada pela a2 (ponte 25 de abril) 1,75 euros.

terminando o comunicado, nunes da silva conclui que «não propôs a introdução de portagens no ic2 ou no ic19», tendo referido que «são as duas únicas vias rápidas que não têm portagens, não havendo impedimento técnico para o fazer».

ainda assim, o autarca salientou que «a introdução ou não de portagens à entrada de lisboa, já na cidade, é uma competência da câmara», mas «não faz parte da sua política de mobilidade recorrer a esse sistema».

no início de agosto, o mesmo vereador disse à lusa que «deve haver algum equívoco do governo» quanto à introdução de portagens à entrada de lisboa, criticando uma proposta que previa a criação de taxas à entrada da cidade e lembrando que, na maioria das vias, essas taxas já existem.

lusa/sol