Preservativo: ONU elogia pragmatismo do Papa

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse hoje numa entrevista ao jornal Público que o Papa foi «bastante pragmático e realista» ao admitir, pela primeira vez, que os preservativos podem ser usados para evitar a propagação da sida

segundo a edição online do jornal, ban ki-moon afirmou hoje em lisboa, onde esteve para participar na cimeira da nato, que «as declarações do papa são bem vindas».

de acordo com o secretário-geral da onu «esta (nova) posição reflete a consciência e compreensão pelo papa e pelo vaticano de que a sida é uma das doenças mais graves do mundo, que afeta muitos milhões de vidas» e que se deve trabalhar em conjunto.

pela primeira vez um papa, bento xvi, admitiu a utilização «em certos casos» do preservativo «para reduzir os riscos de contaminação» do vírus da sida, segundo um livro de entrevistas que será publicado terça-feira.

no livro intitulado luz do mundo, feito com um jornalista alemão e que aborda temas como a pedofilia, o celibato dos padres, a ordenação das mulheres e a relação com o islão, entre outros, bento xvi cita o exemplo do homem prostituto para ilustrar as suas palavras.

«pode haver casos isolados, como quando um homem prostituto utiliza um preservativo. isso pode ser um primeiro passo para uma moralização, o início da tomada de consciência de que nem tudo é permitido e de que não podemos fazer tudo o que queremos», afirmou o papa.

«mas este não é o caminho para se vencer a infeção do hiv. isso deve ocorrer na humanização da sexualidade», acrescentou bento xvi.

até agora, o vaticano bania todas as formas de contraceção, além da abstinência, mesmo como prevenção de doenças sexualmente transmissíveis.

lusa / sol