RAVE estudou soluções para explorar apenas troço Poceirão-Caia

A RAVE – Rede Ferroviária de Alta Velocidade estudou «soluções técnicas» para explorar de forma autónoma o troço Poceirão-Caia, que integra a linha Lisboa-Madrid, segundo o relatório e contas da empresa referente a 2010.

“A decisão de não adjudicação do concurso para a concessão do troço entre Lisboa e o Poceirão obrigou também ao estudo de soluções técnicas que viabilizem a exploração autónoma do troço entre Poceirão e Caia e à análise comparativa dos cenários alternativos identificados”, lê-se no documento.

Ou seja, a RAVE desenvolveu estudos para averiguar a viabilidade de explorar apenas o troço Poceirão-Caia, que no projecto original da rede portuguesa de alta velocidade formava, em conjunto com o troço Lisboa-Poceirão, a linha Lisboa-Madrid.

Isto porque, segundo o relatório e contas, o anterior Executivo decidiu não adjudicar o concurso para a construção do troço Lisboa-Poceirão, que incluía a Terceira Travessia do Tejo, “por força da crise financeira”.

Caso avance, a linha de alta velocidade ferroviária Lisboa-Madrid, que permitiria ligar as duas cidades em 02:45, representará um investimento de 2,3 mil milhões de euros, a preços de 2010, segundo o relatório e contas.

O troço Lisboa-Poceirão representa um investimento de 1,7 mil milhões de euros (incluindo o investimento nas componentes de ferrovia convencional e rodovia na Terceira Travessia do Tejo), enquanto no troço Poceirão-Caia o investimento ascende a 1,4 mil milhões de euros.

Na linha de alta velocidade entre Lisboa e o Porto, o investimento totaliza cerca de 4,6 mil milhões de euros.

O valor total do investimento do projecto português de alta velocidade ferroviária totalizou 116,1 milhões de euros até ao final de 2010.

O ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, afirmou na quarta-feira que o Governo português tomará uma decisão sobre a rede de alta velocidade portuguesa em Setembro.

A proposta de suspensão da linha Lisboa-Madrid consta do Programa do Governo, que admitia que o projecto poderia ser alvo de “uma reavaliação”.

Lusa/SOL