RDP: Direcção de informação demite-se em bloco

A direcção de informação das rádios do grupo RTP apresentou a demissão em bloco após uma tomada de posição dos jornalistas, que exigiram «consequências claras» na sequência do caso Pedro Rosa Mendes.

durante o dia, e como o sol noticiou, os jornalistas da rdp reuniram-se em plenário para «condenar a forma desastrosa e lamentável como foi conduzido o caso ‘rosa mendes’ que permitiu criar e arrastar no tempo suspeitas sobre a ética, honorabilidade, rigor e isenção de todos os profissionais da redacção».

para os jornalistas da rádio do estado, o caso do fim da crónica de pedro rosa mendes na antena 1 está longe de estar explicado, considerando mesmo que as explicações avançadas pela direcção ao conselho de redacção «são contraditórias».

em comunicado enviado às redacções, os jornalistas antena1, antena2, antena3 e rdp internacional exigiram à direcção de informação da rádio pública que «retire, de imediato, consequências claras das suas contradições internas e da forma como geriu o processo».

«os jornalistas da rádio pública recusam qualquer tentativa de silenciamento ou censura», pode ler-se no documento que saiu do plenário realizado em lisboa, porto e faro e no qual participaram cerca de dois terços dos jornalistas em funções na rdp.

agora, e segundo avança o jornal de negócios, a direcção de informação liderada por joão barreiros e ricardo alexandre responde com a demissão.

acusações de censura

recorde-se que o jornalista pedro rosa mendes tem acusado publicamente a rdp de ter decidido acabar com a crónica este tempo depois de ter usado aquele espaço de opinião para fazer duras críticas ao especial de informação realizado pela rtp1 em angola, aquando da visita do ministro miguel relvas àquele país.

rosa mendes tem dito que foi «alvo de censura» e já defendeu essa mesma tese numa audiência na entidade reguladora para a comunicação social (erc).

ao sol, pedro rosa mendes afirmou ter em seu poder e-mails que comprovam que a rtp tinha a intenção de renovar o seu contrato de colaboração, contrariando a versão do director-geral da empresa, luís marinho, que sustenta que o fim da crónica já estava há muito decidido.

sol