Restauração ‘absorve’ parte da subida dos custos para evitar fuga de clientes

Os empresários da restauração vão suportar, em 2012, parte da subida de custos causada pelo aumento de impostos para evitar perder mais clientes, disse o presidente da AHRESP.

«estou convencido de que na maioria dos casos não vai haver repercussão nos preços na totalidade, porque, na realidade neste momento, o poder de compra dos portugueses é muito baixo», afirmou o dirigente da associação da hotelaria, restauração e similares de portugal (ahresp), mário pereira gonçalves.

para além da subida do imposto sobre o valor acrescentado (iva) na restauração da taxa intermédia de 13 por cento para a taxa normal de 23 por cento, os restaurantes vão também ter que procurar assimilar aumentos nos custos de contexto como a eletricidade, a água e o gás, bem como nos mantimentos.

apesar de acreditar que os empresários vão absorver parte dos aumentos, mário pereira gonçalves reconhece que vão ser feitos «ajustamentos nalguns preços», mas que não serão equivalentes ao total desses aumentos, já que «cada empresário vai tentar sobreviver e para sobreviver não pode aumentar muito os preços».

«os aumentos de certeza absoluta que vão ser nas ementas dos restaurantes. vai haver alguns preços que vão aumentar, outros que nem tanto», considerou o presidente da ahresp, acrescentando que todas as subidas somadas fazem «com que, cada vez mais, a redução nas receitas dos restaurantes seja uma realidade».

mário pereira gonçalves reiterou que o momento que o setor atravessa corresponde «à maior crise de sempre», mas apelou aos empresários para que não baixem os braços, mantendo «alguma esperança» por ser uma área que concentra um grande número de empregos em termos nacionais.

«nós vamos monitorizar ao longo de 2012 toda esta situação e quando chegarmos ao fim do ano vamos mostrar ao governo que tínhamos razão», para o bem ou para o mal, disse o responsável pela associação.

lusa/sol