o motard da yamaha, quarto na anterior edição da prova, está neste sábado, na partida em buenos aires, com a máxima motivação para conquistar uma taça do mítico rali todo-o-terreno, que nasceu em 1979 no deserto africano e que desde 2009 se disputa, por razões de segurança, na argentina e chile.
«o objectivo passa por melhorar o quarto lugar deste ano. luto por fazer melhor, isto é, trabalho para vencer. a preparação começou logo no início do ano, mal acabei o dakar. o apoio dos patrocinadores é grande, por isso sinto diferença em tudo», declarou hélder rodrigues, que terá em marc coma e cyril despres, ambos em ktm, os principais adversários.
um e outro têm dominado nas motos nos últimos cinco anos, mas o piloto luso espera ter uma palavra a dizer, apesar da menor experiência e de contar com um orçamento «10 vezes mais pequeno». a seu favor, o facto de as novas regras nivelarem todas as motos a um máximo de 450 cc de potência, o que eleva a importância da condução. hélder rodrigues terá a ‘companhia’ de mais sete motards lusos, com destaque para ruben faria, em ktm, 14.º no último dakar e vencedor da derradeira etapa.
nos carros, e face à ausência, por falta de patrocínios, de carlos sousa, que terminou a edição de 2010 na sexta posição, a esperança da participação portuguesa recai sobre ricardo leal dos santos, a correr pela equipa oficial da bmw – que tem como cabeça-de-cartaz stephane peterhansel.
primeiro português a integrar uma equipa oficial no dakar, vai tentar chegar o mais longe possível, mas ainda sem pensar em medalhas: «quero aprender com os pilotos que têm mais experiência, efectuar a adaptação ao carro e tentar entrar no top-10».
se leal dos santos não acredita no pódio, o seu companheiro peterhansel mostra-se pouco convicto na vitória, apesar de ser o piloto com melhor currículo do pelotão. um imbatível carlos sainz, que durante este ano somou vitórias em todos os ralis em que participou com o seu volkswagen, é um adversário temível e o mais sério candidato à vitória, o que representaria o seu segundo triunfo consecutivo no rali. mas o espanhol mantém os pés firmes na terra e afirma que as etapas na areia são sempre traiçoeiras. «nunca se sabe o que está por trás de uma duna. no deserto, dois mais dois não são necessariamente quatro», sustentou.
com vista a aumentar a competitividade deste terceiro dakar na américa do sul, que tem 430 incritos de 51 nacionalidades, a organização criou troços mais longos e difíceis e reduziu o alcance dos wpm – pontos de controlo de passagem feitos através de satélites – de três quilómetros para 800 metros.