Salgado ‘acredita na verdade e na justiça’ e está ‘disponível’ para colaborar

O ex-presidente do BES, hoje interrogado pelo juiz Carlos Alexandre no decurso do processo Monte Branco, manifestou a sua “total disponibilidade para colaborar com a justiça no apuramento da verdade”, como “já o fez” há dois anos.

Salgado ‘acredita na verdade e na justiça’ e está ‘disponível’ para colaborar

Em comunicado enviado à agência Lusa, lê-se ainda que "Ricardo Salgado acredita que a verdade e a justiça acabarão por prevalecer" e que o antigo banqueiro "confia na objectividade da informação pública divulgada" sobre o caso.

Após ser inquirido pelo juiz do Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), Salgado ficou em liberdade mediante uma caução de 3 milhões de euros.

O antigo homem forte do BES foi interrogado durante a manhã e a tarde de hoje, na qualidade de arguido, pelo juiz Carlos Alexandre, depois de ter sido detido no âmbito da "Operação Monte Branco", que investiga a maior rede de branqueamento de capitais em Portugal.

Segundo o seu advogado, Francisco Proença de Carvalho,  Salgado "colaborou com a justiça, prestou a sua visão sobre os factos e assim continuará" e "agora seguirá para casa, normalmente".

Num comunicado posterior, a Procuradoria-Geral da República (PGR) informou que, de acordo com a promoção do Ministério Público, foram aplicadas ao arguido as medidas de coacção de "sujeição a caução, no montante de três milhões de euros, proibição de ausência do território nacional e proibição de contactos com determinadas pessoas".

Segundo a PGR, está em causa a "eventual prática de crimes de burla, abuso de confiança, falsificação e branqueamento de capitais", esclarecendo ainda que, no âmbito do processo Monte Branco, "foram identificados movimentos financeiros" que, numa primeira fase, levaram à inquirição como testemunha de Ricardo Salgado. 

"Após essa audição prosseguiram diligências de investigação com a cooperação da Autoridade Tributária e Aduaneira, designadamente com a obtenção de elementos de prova por via da cooperação judiciária internacional, tendo sido recolhidos novos indícios que justificaram um conjunto de diligências de busca que, ontem [quarta-feira], foram levadas a cabo", explica o comunicado.

A detenção de Salgado aconteceu na sequência de buscas efectuadas na quarta-feira a várias entidades do Grupo Espírito Santo.

Lusa/SOL