SITAVA alerta que TAP “corre sérios riscos de perder cota de mercado” se não acelerar retoma

O ministro da Economia admitiu que Turismo de Portugal e TAP estão a avaliar a possibilidade de se fazerem “outro tipo de rotas”, umas vez que o mercado se alterou, devido à pandemia.

O Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (SITAVA) alerta para o facto da TAP correr “sérios riscos de perder cota de mercado e não aproveitar as reservas que vão aparecendo” caso a retoma da atividade da companhia aérea não seja acelerada.

Depois de anunciado o acordo entre Estado e acionistas privados para a compra pelo Estado do capital de 22,5% que pertencia a David Neeleman por 55 milhões de euros (ficando com 72,5% do capital), o SITAVA considera que “as primeiras medidas urgentes a tomar são o regresso dos trabalhadores aos locais de trabalho, o fim do layoff, o lançamento de voos para venda, e ver, de novo, os aviões a voar”.

“É muito claro para todos nós que a TAP está atrasada na retoma. A percentagem de voos TAP em todos aeroportos nacionais está muito abaixo das outras companhias (…) É imperioso que a direção de “revenue & network” não insista em experimentalismos aventureiristas que dão sempre mau resultado”, refere o sindicato em nota enviada às redações.

No comunicado, e em relação ao futuro da TAP, o SITAVA refere-se ao plano de reestruturação da empresa no âmbito do empréstimo de até 1,2 mil milhões do Estado à companhia, defendendo “uma TAP forte e robusta, com a dimensão necessária para manter o hub de Lisboa, que garanta, por sua vez, a atividade plena em todos aeroportos nacionais, os postos de trabalho e assim continuar a contribuir para a economia nacional”, rejeitando a possibilidade de haver despedidmentos.

Turismo de Portugal e TAP discutem novas rotas. Entretanto, o ministro da Economia disse esta terça-feira que o Turismo de Portugal está a avaliar com a TAP a possibilidade de se fazerem “outro tipo de rotas”, umas vez que o mercado se alterou, devido à pandemia de covid-19.

“Estamos em diálogo com a empresa no sentido de, havendo menos atividade, com a frota que está inativa, seja possível utilizar parte da capacidade da TAP para servir alguns destinos que normalmente a TAP não serviria em função da lógica da sua rede”, disse Pedro Siza Vieira, na audição da comissão parlamentar de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação, na Assembleia da República.

“Neste momento, como o mercado está circunstancialmente alterado, julgo que há uma razão para que a TAP possa fazer outro tipo de rotas, mas isso é uma discussão que temos de ter com a empresa e que o Turismo de Portugal está a fazer”, acrescentou.