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Se há tenistas que defendem que o público não joga, como chegou a afirmar o campeão Baéz, Korda não poderia estar mais em desacordo. Engolido pelo entusiasmo das bancadas e o colo dado a Tiafoe, o número 30 do ranking mundial também não esquecerá o público português tão cedo.

A mais recente edição do Estoril Open não podia ter corrido da melhor forma, mesmo com a eliminação precoce de João Sousa que, embora tendo caído na primeira ronda, foi derrotado pelo tenista que viria a inscrever dias depois o seu nome na lista de campeões do único torneio português do ATP Tour. A perder, que seja para o vencedor. Pelo menos parece ter sido essa a máxima do público presente nas bancadas, que foi puxando pelo jovem argentino Sebastián Báez nos encontros seguintes – contra Marin Cilic, ex-top-3 mundial e campeão do US Open 2014, e os também anteriores vencedores da prova portuguesa, Richard Gasquet e Albert Ramos-Vinolas. Na final, Baéz derrotaria o americano Frances Tiafoe para conquistar o seu primeiro título ATP da carreira. O mesmo Tiafoe que havia perdido há quatro anos na histórica final de 2018, quando João Sousa se tornou o primeiro tenista nacional a vencer a prova. Apesar da nova final perdida, ‘Big Foe’ protagonizou os melhores momentos da prova, com destaque para a partida das meias-finais, onde derrotou o compatriota Sebastian Korda após salvar três match points.

Depois de uma esquerda certeira e de um ponto polémico a favor de Korda numa fase decisiva do encontro, com a bola a cair sobre o plástico que se encontrava debaixo da rede, Tiafoe contou com o apoio do público a cada ponto da reviravolta e até à vitória final, carimbada após quase três horas (4-6, 7-6 (7-2) e 6-4).

Se há tenistas que defendem que o público não joga, como chegou a afirmar o campeão Baéz, Korda não poderia estar mais em desacordo. Engolido pelo entusiasmo das bancadas e o colo dado a Tiafoe, o número 30 do ranking mundial também não esquecerá o público português tão cedo.

Mas a comprovar que o melhor está reservado para o fim, o último dia fechou com vitória portuguesa, do campo às bancadas do Estoril, com a dupla sensação Nuno Borges e Francisco Cabral, que entraram no torneio como convidados da organização e saíram de troféu nas mãos. E assim, dos singulares às duplas, a história portuguesa na modalidade passa oficialmente a ser escrita no plural.