Tomate, batata, cenoura e couves lideram exportações hortículas

Tomate, batata, cenoura e couves são os produtos hortícolas mais exportados por Portugal, mas o país continua a ser «altamente deficitário no sector hortofrutícola», alerta o Observatório dos Mercados Agrícolas e Importações Agro-Alimentares (OMAIA).

os produtos maioritariamente exportados por portugal são o tomate (63 por cento), a batata de conservação (12 por cento), as couves (cinco por cento) e a cenoura e o nabo (quatro por cento), refere um estudo do omaia sobre a evolução da balança de pagamentos no sector hortofrutícola na última década.

reino unido, alemanha, frança e espanha são os países que mais compram os vegetais portugueses.

apesar das exportações terem aumentado seis vezes nos últimos dez anos, portugal ainda é “altamente deficitário ao nível do sector das hortícolas, tendo uma balança muito desfavorável”, disse à lusa antónia figueiredo, presidente do observatório dos mercados agrícolas, uma estrutura criada pela assembleia da república.

antónia figueiredo defende que o caminho para combater o desequilíbrio entre exportação e importação é o estado português «aumentar a produção em áreas agrícolas abandonadas» e «criar produtos com valor acrescentado», ou seja, vender os produtos hortícolas a um preço superior para haver mais-valia compensadora que não desequilibre tanto a balança de pagamentos.

«o estado tem de considerar que a agricultura é uma forma de criar riqueza para o país e é também uma estratégia para combater o desemprego», argumenta, recordando que «metade do país está desertificado e despovoado, com as terras abandonadas».

apesar das saídas dos últimos 10 anos terem praticamente sextuplicado em volume, a verdade é que o seu valor não chegou a quadruplicar.

«estamos a exportar mais quantidade por preço inferior. a balança comercial neste sector é claramente deficitária», refere o estudo.

a produção de vegetais e hortícolas cresceu, ao longo dos últimos anos, a um ritmo de três por cento ao ano desde 2000 e estas culturas ocupam actualmente mais de 30 por cento de superfície agrícola do que em 1996.

lusa/sol